James Brown se foi. Medir a importância do camarada para a música pop universal atual é quase impossível. O suingue do cara está no sangue de James Murphy/LCD Soundsystem, nos passos de Michael Jackson, na atitude de Sly Stone e Funkadelic, em todo o rap e hip-hop, no funk clássico (e, por tabela, na origem dos bailes funk cariocas nos anos 70, qndo todo black se vestia igual e queria ser James Brown, tivemos o Tony Tornado como genérico aqui), em todo o tipo de som que tem aquela pegada funky, nos gritos, no baixo pulsante, na dança. O cara foi o Elvis dos negros. Só que mais radical, ousado. Nunca quis ser bom rapaz ou ser controlado. Pude ver o cara ao vivo no Brasil num show no Maracanãzinho, nos anos 80. Na ocasião, fui na coletiva de bicão e vi uma cena hilária: a tradutora falou, ao pé da letra, o termo negro, de portugues (que seria black), para nigger, em inglês (que virou crioulo). Brown levantou da mesa e, dizendo q ia interromper o papo, ainda quis dar uns sopapos na dona, ...