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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

A REALIDADE É MELHOR DO QUE A FICÇÃO

Nos últimos tempos, tenho apreciado muito mais, no geral, assistir a documentários do que a filmes de ficção (não sci-fi, vale lembrar, ficção é TODO filme que não é documentário, independentemente do gênero). É de lá, que tem saído muita coisa boa e impressionante. Não à toa, muitos deles, acabam sendo adaptados para filmes hollywoodianos, depois. E, eventualmente, ganhando prêmios.    Dois dos mais recentes que vi e curti são ‘Free solo’ (que acabou de levar o Oscar de melhor documentário longo) e ‘United Skates’. O primeiro, é uma produção da National Geographic (que será exibido no canal NatGeo do Brasil, no dia 19 de março), sobre Alex Honnold, um camarada que escalou, usando apenas as mãos (sem cordas ou equipamentos de proteção!), uma pedra imensa no parque de Yosemite (EUA). Já o segundo, é sobre um grupo de fãs da patinação dançante (roller disco), que cruza os Estados Unidos atrás dos últimos rinks que restaram, depois que a moda, que se consolidou nos anos 80, pass

ALITA: GHOST IN THE MACHINE

Recentemente, vimos com ‘Máquinas mortais’ (produção e roteiro de Peter Jackson), que, só grife, não é o bastante para garantir que um filme faça sucesso. O mesmo parecia apontar para ‘Alita, anjo de combate’ (Alita: battle angel), novo filme de Robert Rodriguez que, na verdade, é também, de James Cameron -- que produz e é co-autor do roteiro --, e acalentava filmar o mangá há quase duas décadas. O que faz ‘Alita’ triunfar, além de sua esmerada produção (e um 3D que realmente vale à pena), é um roteiro que mistura bem os dèjá-vus das distopias cyber (está tudo lá: de ‘Akira’ a ‘Ghost in the shell’, passando por ‘Blade runner’, ‘RoboCop’ e até mesmo ‘Rollerball’). Mas, sobretudo, pela incrível caracterização do personagem principal: misto de atuação (Rosa Salazar, ótima) e tecnologia de captura de imagem, a cyborg Alita é viva, vibrante, pulsante e, sobretudo, muito simpática.   É difícil não se encantar por ela, para além dos ótimos efeitos especiais e de seus destacados

R.I.P. BOECHAT

Conheci Ricardo Boechat, na redação de O Globo, no fim dos anos 1980. Ele foi contratado para fazer a famosa coluna do Swan, vindo do JB. Mas, logo, passou a usar o seu próprio nome, tal o sucesso rapidamente obtido. Pouco depois, virou comentarista matutino do 'Bom dia Brasil', na Rede Globo, onde aparecia para fazer um comentário, e, não raras vezes, pregava peças em seus companheiros ao vivo (certa vez, levou um balde com água para o estúdio, por conta de uma matéria sobre a Lavagem do Bonfim, e benzeu a todos!). Na redação de O Globo, em vez de aquário, ele ficava no meio de todos, para, assim, ver tudo o que se passava a sua volta (e ser visto) e, quando era o caso, mandava uns gritos de onde estava.    No meu caso, toda vez que chegava uma mocinha pálida ou um cara tatuado, ele logo gritava: ‘Tom Leão? Rio Fanzine? Sou eu!’. E, ia até a nossa mesa (eu e Carlos Albuquerque, que fazíamos a coluna, de cultura pop) e dizia: ‘Eu preferiria estar fazendo isso que vocês fa

UM WOODSTOCK PRAIANO

O festival de Woodstock, que vai ganhar uma edição comemorativa de 50 anos, em agosto próximo (perto do lugar onde aconteceu o original, em Watkins Glen, NY), é sempre referência, quando se quer comparar/lembrar de festivais de rock onde quase tudo deu errado. mas, no fim, aconteceu. e virou lenda.   O mesmo, se pode aplicar ao mítico festival de rock de Saquarema, que aconteceu em 1976, na conhecida cidade praiana, na Região dos Lagos carioca. Mas, se Woodstock tinha por detrás o poderoso grupo Warner -- que pretendia fazer um filme e lançar a trilha sonora deste --, o festival de Saquarema nasceu meio ‘nas coxas’. Da ideia de um doidão conhecido, Sérgio Spirito Santo, que levou o plano a Nelson Motta, que consegui realizá-lo, sabe-se lá como. A saga deste evento está registrada em ‘Som, sol e surf: Saquarema’, documentário produzido com exclusividade para o canal Curta! (NET, Claro, Oi, Vivo), que o exibirá, pela primeira vez, nESTA SEGUNDA-FEIRA, 11 de fevereiro, às

O CLÍMAX DE GASPAR NOÉ

   Não se fica indiferente a um filme do franco-argentino Gaspar Noé. Desde o seu primeiro filme com distribuição nacional (porque, antes, teve 'sozinho contra todos', aqui direto em vídeo), o incômodo -- e violento -- 'irreversível' (2002), cujas redes brasileiras de cinemas se recusaram a exibir (apesar de ter Vincent Cassel e Monica Belucci no elenco), e acabou exibido apenas em uma ou outra sala mais alternativa, nas principais capitais; passando pelo viajandão 'enter the void' (aqui, 'viagem alucinante', 2009), baseado no livro tibetano dos mortos (acompanha uma alma vagando por tóquio, até resolver um problema que ficou pendente antes de sua morte) e culminando no explícito 'Love' (que apresenta uma cena de ejaculação em 3D!), a plateia não sai da sala incólume. Seja odiando, amando, perturbada, chocada, seus filmes são marcantes. E suscitam debates. A nova experiencia de Noé (que veio ao Brasil, semana passada, para lançar) é '

AS APARÊNCIAS ENGANAM

   Há 30 anos, em 24 de janeiro de 1989, o mais notório assassino em série americano, Theodore Bundy, foi executado na cadeira elétrica, na Flórida, após dez anos no corredor da morte. Bundy foi o primeiro e mais infame serial killer -- desde que este termo passou a ser usado e este tipo de crime tornou-se comum nos EUA – e virou uma espécie de celebridade do crime. Um pioneiro infame.    Sua trajetória está (bem) contada num documentário que acaba de entrar no menu do Netflix, “Conversando com um serial killer: Ted Bundy’ (‘Conversations with a killer: the Ted Bundy tapes’), no qual, a partir de imagens de época e, sobretudo, de conversas gravadas em várias fitas cassete -- que Bundy teve com um jornalista – o perfil deste psicopata, que matou mais de 30 mulheres entre os anos de 1973 e 78, é traçado, minuciosamente, em quatro partes. Às vezes, o ritmo é um pouco monótono. Mas, vale a pena conhecer o tipo, que tinha pinta de galã, fugiu duas vezes de prisões e chegou até