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Mostrando postagens de julho, 2019

SEINFELD SOBRE RODAS

  Antes de a Netflix consolidar o seu reinado entre os serviços de streaming, houve uma plataforma chamada Crackle, que pertencia a Sony, cujo conteúdo era inteiramente gratuito. É claro que, por isso, não oferecia muita coisa. Havia lá, basicamente, uns filmes não muito conhecidos, e séries de tv clássicas, como ‘Jeannie é um genio’ e ‘A feiticeira’. Melhor do que nada. Ainda mais, de graça.   Mas, no meio de seu curto catálogo, uma produção inédita se destacou: ‘Comedians in cars getting coffee’. Literalmente, mostrava comediantes em carros, pegando café (bem, não exatamente, mas, batendo um bom papo num certo trajeto até chegar ao café de fato, em algum restaurante de Los Angeles). O motorista é o criador/produtor da série, Jerry Seinfeld, que, depois de ficar milionário com a série que leva seu nome, foi morar no ensolarado sul da Califórnia, onde passou a colecionar carros em geral. Quando bateu o tédio, resolveu unir o útil ao agradável. E, assim, a série começou a

PALACE II: UMA TRAGÉDIA QUE AINDA NÃO TEVE FIM

É assustador. É revoltante. É emocionante. Não se trata de um filme de terror, mas, às vezes, parece. É um drama (real). Pode fazer chorar, devido a seu conteúdo pesado, a injustiça. Todas estas emoções estão no documentário ‘Palace II: três quartos com vista para o mar’, de Rafael Machado, que estreou nos cinemas do país nesta semana.   Mais de 20 anos se passaram, e os ex-moradores do condomínio Palace II, prédio da Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) que desabou em 1998 (em pleno domingo de carnaval), matando  oito  pessoas, ainda esperam por justiça. Ela nunca foi feita, completamente. Alguns poucos foram ressarcidos, mas os donos dos apartamentos do prédio que desabou, jamais foram recompensados de todo. O dono do empreendimento, o então deputado federal Sérgio Naya (já falecido), dono da construtora SERSAN,  foi  inocentado. “Os culpados de morrer são os mortos”, diz uma ex-moradora, em depoimento que está no filme.    O documentário “Palace II - Três  Q uartos com

ESTADO DE EUPHORIA

   Faz tempo que uma série de TV não causava tantas reclamações como ‘Euphoria’, da HBO. Logo em sua primeira semana (estreou em meados de junho), recebeu reclamações por ter muitas cenas de consumo de drogas e sexo. Na semana seguinte, a reclamação foi de que havia muita genitália masculina. Na semana passada, foi engraçado ver fãs do cantor inglês Harry Styles reclamando de uma brincadeira que fizeram com ele, envolvendo sexo gay. Apesar de parecer apelação barata, tudo isso estava dentro do contexto. E, desde já, ‘Euphoria’ é uma das melhores séries do ano.   O foco da série é uma adolescente chamada Rue (a excelente Zendaya, que faz a namorada de Peter Parker no novo filme do Homem-Aranha), viciada em drogas químicas desde cedo. Quase morreu de overdose. Tenta se curar, frequenta grupos de apoio, mas nunca consegue realmente se livrar do vício. Em torno dela, estão sua irmã, algumas (poucas) amigas e uma grande sensação de vazio. Que, só parece ser ocupada quando ela se d

INJUSTIÇADOS PELO RACISMO

  Uma das piores coisas do mundo é a injustiça, ser culpado por algo que você não fez. E, fica ainda pior, quando vem atrelada a preconceito. Foi o que aconteceu com cinco meninos do Harlem, Nova York, no final dos anos 1980, que foram presos, injustamente, por um crime que não cometeram. A história está contada na minissérie em quatro capítulos ‘Olhos que condenam’ (‘When they see us’), uma produção original Netflix, dirigida por Ava DuVernay (de 'Uma dobra no tempo').   Corria o verão de 1989, quando Manhattan estava um bocado agitada, não só pelo calor, como por vários eventos. Inclusive, uma série de crimes de estupro que vinham acontecendo pela ilha. A vítima de um destes crimes, foi Trisha Meili, que foi atacada enquanto fazia jogging, à noite, na parte norte do Central Park. Para dar uma resposta à opinião pública, uma promotora botou a culpa em cinco rapazes que estavam nas imediações, e os jogou na prisão sem maiores provas que os culpassem: não havia digit

ARANHA, EM TEIA BEM URDIDA, SALVA O VERÃO AMERICANO

  Com a recente safra de filmes na linha blockbuster, no atual verão americano, não precisa ser genial para suplantar bombas homéricas e sem inspiração, como o novo 'Men in black: international' (de dar vergonha), o fim da saga X-Men com a timeline pós-primeira missão ('Dark Phoenix', não tão ruim, mas muito abaixo das expectativas, até pelos atores envolvidos e pelo material original), e mesmo a sequencia do Godzilla, que, apesar de trazer vários monstros bacanas em lutas inéditas nas telonas (pena que quase não dá para ver nada, CGI muito escuro, piora se for em 3D), nos faz ter saudades dos antigos filmes japoneses, com atores vestindo as fantasias de borracha dos monstros. E, nem vamos falar do rebooot de Hellboy, que chegou pouco antes e quase me fez sair da sala, de tão ruim. Nem preciso dizer que, todos estes, floparam fragorosamente nos EUA, e em grande parte do mundo.   Por isso que, o terceiro filme da série 'Annabelle' ('De volta para cas