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Mostrando postagens de dezembro, 2019

OS FILMES DO ANO 2019

   O ano é 2019. Para nós, do mundo real, ele já acabou. Mas, estará, para sempre, marcado em três clássicos da ficção-científica do cinema dos 80s (um deles, uma animação), que se passavam neste ano, então um futuro ainda um pouco distante, já no Século 21: “Blade Runner, o caçador de androides” (“Blade Runner”, 1982), “O Sobrevivente” (“The Running man”, 1987) e o anime “Akira” (“Akira”, 1988).    Antes de se falar em ecologia, do modo como tratamos hoje, a distopia apresentada em “Blade Runner” (baseado em livro “Do androids dream of electric sheep?”, de Philip K. Dick, publicado em 1968), mostrava como seria um futuro, onde animais já não existem mais (tê-los, mesmo que sob a forma de réplicas/clones, era um luxo; daí o título original do livro, que compara os anseios dos homens aos dos andróides, que não ligam para posses), a poluição tomaria conta do planeta, a ponto de fazer os humanos correrem daqui e irem morar em condomínios em outros lugares da galáxia (coloniz

STAR WARS: 40 ANOS DE SAGA

   Faz 40 anos que comecei minha jornada numa galáxia muito, muito distante. Era janeiro de 1978, quando o primeiro 'Guerra nas estrelas' (que, depois, foi rebatizado como 'Episódio IV: uma nova esperança', por conta das prequels que vieram depois) estreou no Brasil, uns seis meses após ter sido lançado nos EUA (meados de 77, dando início a era dos blockbusters de verão). Ainda teen, fiquei fascinado com tudo aquilo: jovem herói vestido qual samurai, cenários de faroeste, letreiro deitado que nem os de Flash Gordon, monstros, princesas, naves, dróides, planetas misteriosos, uma atmosfera de filme B perfeita, digna de contos de fadas. Era pra ter sido só um filme. Mas, deu tão certo que, 40 anos depois, ainda estamos vendo o final desta saga estelar, finalmente, com a estreia mundial de 'Star wars: A ascensão Skywalker", que leva embora (para sempre?), os tipos que nos acompanham desde então (Luke, Leia, Han Solo, Chewbacca, R2D2, C3PO, Darth Vader) e introduzi

ANNA KARINA EST MORT

Morreu Anna Karina, a indiscutível musa da Nouvelle Vague francesa. Para Agnès Varda, ela foi o rosto, a cara, a face desta nova onda do cinema. E foi mesmo. Esteve em vários filmes de Godard; apareceu no essencial de Varda (‘Cleo de 5 as 7’, 1962), no polêmico ‘A religiosa’ (1966), de Jacques Rivette; no sensual ‘La ronde’ (1964), de Roger Vadim; e fez Sherazade, em ‘O Califa de Bagdá’ (1963). Depois, seguiu carreira como cantora (fez shows e gravou vários discos) e também produtora de cinema. Dirigiu um filme, 'Vivre ensemble', em 1973    Karina nasceu dinamarquesa, em 22 de setembro de 1940, em Copenhagen, como Hanne Karen Blarke Bayer. E, antes de virar uma presença luminosa nas telas de cinema, chegou a paris, com 17 anos, para modelar, tendo vestido e desfilado para Chanel (que lhe deu o pseudônimo) e Pierre Cardin. Conheceu Godard, quando este a convidou para um pequeno papel em seu clássico ‘Acossado’ (1960). Karina, recusou, pois teria de aparecer nua. Cont

GOLPISTAS PODEROSAS

O empoderamento (êh palavra horrível) feminino, é uma coisa positiva. Mas, vem sendo usado, de forma equivocada. Como foi o caso do novo filme d´‘As panteras’, no qual a barra foi forçada de tal forma para ‘lacrar’, que a produção se transformou numa das maiores bombas do ano, mal cobrindo a metade do orçamento de $100 milhões de dólares. E, enterrando (para sempre?) as ‘anjas’ de Charlie; que, em outras ocasiões, foram, realmente, poderosas.   A diretora de ‘As panteras’, Elizabeth Banks, precisa aprender com a colega Lorene Scafaria, diretora de ‘As golpistas’ (‘Hustlers’), como se faz um filme, no qual as mulheres estão no comando, são fortes, sensuais e não uma caricatura tosca de um ideal furado (detonar machos gratuitamente). Baseado num fato real, revelado na revista ‘New York’, que causou furor na época de sua publicação, ‘As golpistas’ mostra um grupo de mulheres, dançarinas de pole/strippers, que resolvem roubar de seus clientes. Motivo: a quebra recente de Wall

DOCS MUSICAIS DO FESTRIO

Por conta do crescimento do mercado de documentários voltados para a temática musical, o  Festival do Rio , que acontece entre os dias  9 e 19 de dezembro  -, criou a mostra Retratos Musicais, dentro da Première Brasil (confira exibições na programação): GILBERTO GIL ANTOLOGIA VOL.1 O documentário passeia por obras compostas pelo músico baiano entre 1968 e 1987. Gil revela sua visão de mundo e potência criativa em expansão no início de carreira neste turbulento momento histórico brasileiro. Com direção de Lula Buarque de Hollanda – que assina outros quatro documentários sobre o músico - o filme é construído a partir de vasta pesquisa de imagens de arquivo e revisita o contexto das músicas em conversa com o próprio criador. CHORÃO: MARGINAL ALADO Documentário sobre a vida e a carreira do cantor Chorão, da banda Charlie Brown Jr. Por meio de depoimentos, imagens de acervo pessoal e da mídia, o filme percorre a história de um dos mais importantes  rockstars  do país. Dos an

DOIS JOGOS MORTAIS EM FORMA DE FILMES

   Por conta do sucesso de ‘Assassinato no Orient Express’ (‘Murder on the Orient Express’, 1974), de Sidney Lumet, baseado em romance policial de Agatha Christie, uma onda de produções girando em torno de assassinatos misteriosos, com elencos estelares, aconteceu na segunda metade dos anos 70 e começo dos 80s.  Entre eles, estavam ‘Assassinato por morte’ (‘Murder by death’, 1976), escrito pelo renomado teatrólogo Neil Simon (cinco famosos detetives são convidados a passar a noite numa mansão e resolver um crime misterioso); e ‘Assassinato por decreto’ (‘Murder by decree’, 1979), mais um caso de Sherlock Holmes (aqui, feito por Christopher Plummer); e, mais tardiamente, ‘Os sete suspeitos’ (‘Clue’, 1985), baseado em famoso jogo de tabuleiro de detetive. Neste, seis pessoas são convidadas para jantar em soturna mansão, onde ocorre o assassinato do próprio anfitrião. Tudo transcorre conforme os ensinamentos retirados dos livros de Agatha Christie.    Com esse tipo de filme

Meu nome é Daniel’: realista e sem ‘coitadismo’

- Coitadinho é o c*#$%! Daniel Gonçalves, disse isso, ainda menino, quando alguém, na plateia da apresentação do teatro da escola, comentou, ao vê-lo. Só porque ele aparentava ter algum tipo de deficiência.    Apesar de, até hoje, oficialmente, Daniel não saber o que realmente tem (parece um tipo de paralisia cerebral, mas os exames não atestam isso de fato), o menino, agora um homem de 35 anos, seguiu sua vida, normalmente, sem pensar muito no assunto. Ele sabia que era diferente dos outros. Mas isso nunca o impediu de fazer as coisas. Como vemos no documentário ‘Meu nome é Daniel’, que o próprio editou e dirigiu.    Exibido recentemente no festival Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência, no Rio e em SP, a produção, que retrata a sua vida, já recebeu vários prêmios, entre eles: o de melhor filme na Mostra de Cinema de Tiradentes 2019 e na Mostra de Cinema de Gostoso 2018; e menção honrosa no Festival do Rio 2018. Com carreira internacion