Pular para o conteúdo principal

QUEEN: RHAPSODY IN BLUE


  Um dos filmes mais esperados desta reta final do ano é 'Bohemian rhapsody', que estreia no Brasil neste feriado de primeiro de novembro. É uma semi-biografia do Queen, e de seu carismático líder, o falecido Freddie Mercury. Semi, porque não entra de fato nem na complexa persona do camarada nascido Farrouk Bulsara, nem na trajetória da banda de fato (os demais integrantes, Brian May, Roger Taylor e John Deacon, são meros coadjuvantes unidimensionais). O filme se fixa num período, que vai desde o começo da banda até a consagração na sensacional performance no evento Live Aid, em 1985 (alguns meses depois de terem tocado aqui, no Rock in Rio, para a maior plateia, ao vivo, de sua carreira; já que, a do Live Aid, alcançou um público global maior, pois transmitido pela TV para mais de 100 países). Foram 20 minutos eletrizantes, que o filme mostra quase na íntegra.



Muito falou-se que o filme seria chapa branca e família demais, pela saída de Sasha Baron Cohen, que queria uma abordagem mais sex & drugs pro Mercury, e pelas brigas no set entre o ator que faz Freddie, Rami Malek (o Elliot, de 'Mr Robot', no limite do caricato) e o diretor Bryan Singer (que acabou saindo do filme antes de sua conclusão, arrematado por Dexter Fletcher, que fará a cinebio de Elton John, 'Rocketman'). Bem, não ficou nem tão bom, nem tão ruim assim. Malek está empenhado como Mercury; e o lado 'família', embora super presente (a palavra é citada varias vezes, para definir a relação da banda, bem como a e Mercury com seus familiares e com a bela Mary, que o namorou no inicio de carreira e deu uns toques para o seu visual rocker), não omite certas passagens da vida de Mercury: como sua entrada no submundo gay hard (aparentemente, levado por um namorado), embora apenas sugeridas (como seu consumo desenfreado de álcool e cocaína) por se tratar de um filme censura 13. Por isso, nada de sexo, palavras pesadas ou blasfêmias. Freddie nem é santo, nem devasso. Mas, a Aids, que o matou, está lá, justificada.



   Na parte cronológica, o filme comete dois anacronismos fortes, que poderão incomodar os fãs mais exigentes: numa sequencia logo na primeira parte (o filme dura 2h15m), quando a banda começa a fazer suas primeiras turnês internacionais, dá a entender que eles se apresentaram no Brasil, no final dos anos 70 (apesar das imagens, não dizem que foi no rockinrio, mas no Rio), quando, na verdade, a primeira vinda da banda ao Brasil tenha sido em 1981, para dois shows em São Paulo (estádio do Morumbi); e, em 1985, para o mega festival carioca (para outras duas apresentações, estas, mais grandiosas). Tudo, apenas para encaixar na narrativa. Embora a cena da plateia cantando 'love of my life' tenha sido emocionante no Rio, foi de uma apresentação paulista que saiu a versão ao vivo, pirata, que, na época, tomou as rádios brasileiras de assalto. também, no filme, eles dão a entender que a banda compôs o hino 'we will rock you' nos anos 80, para cativar as plateias de estádios, quando, na real, a musica faz parte do album 'News of the world' (aquele do robô), lançado em 1977. Mas, como os próprios Brian May (guitarrista) e Roger Taylor (baterista) foram os consultores do filme (e os que dispensaram Cohen), o 'erro' foi consentido, para ajudar o roteiro. Por isso, toda a parte entre 1980 e 85, está repleta de falhas de tempo.



  Como construção de personagens e caracterização de backstages do mundo do rock e da musica em geral, o remake atual de 'nasce uma estrela' (erm cartaz, com Lady Gaga) é bem mais fiel e verdadeiro (embora fictício) do que 'Bohemian rhapsody'. outra vez, pq o 'star' é um filme para adultos, enquanto que 'rhapsody', é feito para alcançar a todos os públicos. ate pq, Queen é uma banda muito querida em vários estratos e gerações, não apenas entre fãs de classic rock. e, pela reação na cabine (todos cantavam tudo), deu para notar que é realmente uma banda muito querida por todos. Prevejo bastante sucesso para o filme. Ainda que ele seja limpo e impreciso.

*atenção para a participação especial de mike myers, mais uma vez disfarçado de modo incrível (e, brincando com 'bohemian rhapsody', que 'wayne´s world', trouxe de volta, nos 90s, numa cena antológica). ele é super fã da banda.

Comentários

  1. A boa é que vou levar meu sobrinho de 12 (já tá frangote, parece 13, 14) pra assistir. Moleque cantava "we will rock you" com 8 anos s2 \m/

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu