Pular para o conteúdo principal

A ESTRELA (RE)NASCE. DE NOVO



   Por conta da nova versão cinematográfica para 'Nasce uma estrela' ('A star is born'), assisti aos três filmes que a precederam: a versão original, de 1937; seu primeiro remake, o suntuoso filme de 1954, em Cinemascope, com Judy Garland (a da qual ouvimos mais falar) e a de 1976, com Barbra Streisand. Todas, bem distintas entre si. Nem todas, musicais.



 A primeira, trata exclusivamente do mundo do cinema. E, não é musical. É uma especie de template para aquela historia da pessoa que vem do interior e vai para Hollywood tentando ser alguém. Mas, esbarra em vários obstáculos, até, finalmente, triunfar. É um filme mais simples, curto e direto ao assunto (e, o primeiro da história do cinema, feito em Technicolor). Como é dedicada ao mundo do cinema, uma das cenas se passa durante uma verdadeira cerimonia de entrega do Oscar, então um premio novo, não tinha nem dez anos. as categorias eram poucas e tudo acontecia num salão simples. Tem um pouco de humor e critica ao star system.


Na segunda vez, tudo é maior. Se o primeira não dura nem duas horas, a versão Cinemascope (processo de tela larga da Fox, mas que a Warner pagou caro para usar), durava, originalmente, três horas! Mas, antes de ir para os cinemas, foi reduzida para 2h30m (padrão que suas sequencias seguiram). Dizem que Judy Garland merecia ter ganhado o Oscar por sua atuação. E, como o primeiro, também se passa nos bastidores de Hollywood. Recentemente, foi lançado blu-ray com a versão restaurada deste, com as cenas que estavam faltando. Mas, em fotogramas. já que, os originais, se perderam na mesa de corte. No geral, é um bocado mais dramático. Mas, foi a versão que se tornou a mais conhecida. E que virou o padrão a partir dela: de ser um musical.


  Outros 20 anos se passaram até que chegasse a versão dos anos 70. desta vez, passada no mundo do rock. O principal personagem masculino, foi feito por Kris Kristofferson (depois de varias tentativas com outros atores; inclusive, Elvis Presley chegou a ser cogitado para o papel), que, na época, também tinha uma carreira como cantor. Então, ele realmente canta e toca em cena. E as filmagens dos shows, foram feitas antes de apresentações do então mega astro do rock, Peter Frampton. A plateia e tudo em volta é real, dando um clima menos artificial (de estúdio) a esta versão do que as anteriores. Streisand ganhou o Oscar de canção original.

   Agora, o hiato foi de 40 anos, até que chegasse esta nova versão, que está nos cinemas (e, fazendo muito sucesso). Por isso, muita gente nem sabe que se trata de um remake. É mais próxima da dos anos 70: novamente, temos um artista do rock (Bradley Cooper, que canta e toca sua partes, e também dirigiu o filme); que, na aparência e vestimenta, emula um pouco Eddie Vedder, do Pearl Jam (que prestou consultoria), embora o tipo de som e o fim trágico do personagem lembrem o de Chris Cornell, outro astro do grunge. E, a estrela, é Lady Gaga.



   O melhor da nova versão, é a química que há entre Gaga e Cooper, o que não há na versão dos 70s (Streisand e Kristofferson não dão liga), e cuja parte amorosa, não é tão bem desenvolvida nas mais antigas. É, sobretudo, um filme romântico, sobre um amor forte entre duas pessoas com personalidades fortes, estragado pelo problema de uma delas com álcool e drogas.

Gaga, injetou partes de sua própria biografia na construção da personagem Ally. E, além de ser uma atriz nata, canta e toca com garra (de quebra, faz alguma autocrítica). Por sua vez, Cooper, atuou tão bem quanto dirigiu. O que faz do filme um sério concorrente ao Oscar 2019, em várias categorias. Inclusive, na de trilha sonora, que também já é um sucesso de vendas.

 Em retrospecto, dá para dizer, sem erro, que, depois da versão original (que tem todos os elementos básicos, depois apenas repetidos), este, foi o melhor remake.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu