Pular para o conteúdo principal

He´s lost control



A maioria das pessoas só conheceu Joy Division depois da morte de Ian Curtis. "Closer", o doloroso álbum póstumo, foi quem espalhou a aura da banda pelo mundo. Eu mesmo comecei a ouvir "Unknown pleasures" praticamente dias antes do Ian Curtis morrer. Naqueles tempos tudo chegava aqui muito depois. O estranho é que, à distância, eu e meus amigos dark sonhávamos em ter aquela tristeza e usar aquele capote inglês, sem imaginar que, na real, a vida do cara foi miserável. Mas ficou a triste poesia de Curtis, uma das provas de que so dá para fazer esse tipo de letra/poema se vc realmente estiver vivendo o que escreve na carne. Não dá pra forjar sofrimento e dor.

Escrevo isso após ver "Control", o filme basedado em livro da viúva de Curtis, Deborah, que nos revela lados da vida de Ian que jamais imaginávamos. Não achei o filme excelente, apenas bom, apesar de direção segura de Anton Corbjin, o cara que moldou o visual do Depeche Mode através de seus clipes em sépia e p-b. Mas é um filme necessário e faz um contraponto com o que vimos em "24 hour party people", já que a carreira do Joy teve pouca cobertura devido a ter sido tão efêmera. Peter Hook disse em público, semana passada, que odiou o filme. Compreensível. Ele mostra o lado mais familiar de Curtis e meio que se resume a uma história de amor mal resolvida envolvendo um cara que não estava pronto para tudo o que aconteceu.

Não li o livro de Deborah Curtis (feita pela ótima Samantha Morton) para comparar com o filme. Mas, no fim, o filme serve pelo menos para nos dar mais alguns detalhes sobre a curta vida daquele cara que amava David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed, que criou um estilo até hoje imitado por bandas e performers no mundo todo. O belo nisso tudo é que, podem copiar a estética, mas nunca terão realmente a essência...

Comentários

  1. duas curiosidades sobre sam riley, o excelente jovem ator que faz ian curtis: ele nasceu em 1980, o mesmo ano em que curtis morreu (com apenas dois meses de diferença) é o mesmo ator fez o papel de mark e. smith, do the fall, em "24 hour party people" (lembrando que smith é beem diferente de curtis). o cara que fez curtis em 24hr era mais parecido com o real, até na altura e magreza, mas talvez nao seja um ator tão bom qnto sam

    ResponderExcluir
  2. cara, eu até já parei pra pensar em teoria conspiratória sobre o lance desse cara aí - um lance meio envolvendo conservadorismo e outras paradas mais escrotas... quero dizer, uma versão anglicana da "hanging tree" estadunidense.

    o here are the young men é um vídeo bem mais legal que qualquer filme que possa ser feito sobre a banda. ele tocando guitarra mal pra caralho, pior do que o bernardo verão (cara de estilo, mas muito ruim), mas mesmo assim soando bacana é parada que chama atenção.

    abraço

    ResponderExcluir
  3. Eu gostei muito do filme.
    Conheci Joy Division e um pouco da história do Ian Curtis em 99 com a revista Showbizz, então fiquei curiosíssima e comprei o "Substance" pra saber qual era. Virou minha banda favorita até hoje. No natal do mesmo ano já estava comprando a caixa Heart and Soul. E nessa época tentava copiar o visual dele também,rsrsrs.
    Desde essa matéria intitulada "O ídolo dos ídolos" já imaginava a vida triste de Ian, porque lá continha trechos do livro da Débora Curtis e falava sobre sua doença. Mas tambem tinha umas curiosidades hilárias sobre a banda e tal.

    ResponderExcluir
  4. segundo peter hook, os fas tem que esperar por um doc chamado joy division, que foi lançado agora no festival de edinburgo. esse, sim,s egundo ele, é o filme definitivo. por conta disso, voltei a ouvir joy hj nesse dia ensolarado e bonito. dá raiova ouvir aquela versção disco happy dos killers para "shadowplay". e alguem ai sabe o nome da filha do cara, que deve ter hj 27 ou 28 anos? ela nunca foi exposta a midia, ainda bem...

    ResponderExcluir
  5. off:

    caraio o que foi o carl cox ontem?? um sonho bom acontecendo de verdade! ficava arrepiado a cada música, nunca na minha vida dancei num som tão potente e 3D, que emulasse uma trip de xtc de careta. foi o set do ano, me diverti horrores, melhor lugar que o vivo rio impossível. dancei horas e horas no no mundo imaginario e sensorial de carl cox, 100% mdma. tesão total. tava esperando um cara e uma pickup e o cara fez um show! perfeito, amei!!!

    to louco pra ver control, curto muito joy division e o diretor, mas nem procurei ainda, uma banda que na verdade só fui me aprimorar e gostar agora depois de mais velho.

    peguei ontem e fiquei assustado de como é bom o novo do The Dillinger Escape Plan, "ire works", apareceu nos 45 do 2o tempo e já considero o melhor album de metal/grindcore/hardcore do ano, o album é uma viagem, peguem já, gososo de ouvir demais.

    to no ritmo hipnótico ainda do mr carl cox, voltaremos ao normal depois de algumas horas hehe...

    obs: eu adorei shadowplay do the killers (eu tb adoro the killers rs)

    ResponderExcluir
  6. acabei baixando a trilha do filme, que tem otimas faixas com buzzcocks, iggy pop, david bowie, sex pistols e joy division, claro. e a versao para shadowplay mfeita pelos killers soa menos ridicula do que eles fizeram ao vivo aqui no tim (parecia que eles tavam sacaneando a musica e curtis). em tempo/off: hj vou dar uma tocada la na pista 2 da fosfobox (on the rocks) com janco tianno e cello do bonde das impostora. apareçam...

    ResponderExcluir
  7. Tom, o nome da filha do Ian é Natalie. Ela é bem bonita até.

    ResponderExcluir
  8. fui fisgado por joy division tbém após a morte de ian curtis e pela execução massiva de "love will tear us apart" (uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos) na flu fm. mas lembro tbém da dificuldade imensa que era arrumar um lp da banda por aqui, o jeito era recorrer a amigos que viajavam e faziam cópias em cassete, e só assim fui conhecer melhor o som da banda.

    ResponderExcluir
  9. Joy Division é uma das minhas bandas prediletas desde 1991, quando comprei o vinil de "Substance".
    Depois vieram todos os discos sensacionais que ouço mesmo em dias ensolarados!
    Ainda não vi o filme, estou baixando agora, não tenho grandes expectativas de uma obra-prima.
    Só vi este tópico hoje e para minha surpresa, ontem(domingo), vi uma "pat" com uma camisa do Joy Division num dia ensolarado...
    E definitivamente: "Pats" e Joy Division me parecem ser como água e óleo...

    ResponderExcluir
  10. OFF: CHRIS CORNELL, O VOCALISTA DO SOUNDGARDEN E DO AUDIOSLAVE, VEM TOCAR AQUI NO CLARO HALL DIA 12 DE DEZEMBRO, ACABARAM DE CONFIRMAR...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu