Pular para o conteúdo principal

Fala, garoto!


Fechando o ciclo de programas de falação que valem à pena serem vistos, por fim, mas não por último, vem o que considero o melhor de todos: "Real time with Bill Maher", que o HBO Plus exibe nas madrugas de sexta para sábado (geralmente passa no slot da 1am). Não é exatamente um talk show convencional, mas um resumo político da semana com algum bom humor. É alguns pontos acima do similar do Jon Stewart, que passa na CNN e tbm no canal Sony, pq, como está no HBO, Maher tem total liberdade de expressão, podendo falar o que quiser e do que quiser, o que Stewart, em tese, não pode. Após uma abertura de praxe, com aquelas falas de humor de sempre, ele passa para um entrevistado ao vivo, por satélite, e logo depois entra uma bancada de convidados, que geralmente reunem um ou dois políticos e uma personalidade (essa semana quem esteve lá foi Jason Alexander, o Costanza de "Seinfeld") e termina com uma lista de coisas ridículas da semana, o new rules (pode/não pode).

Mas é no debate que o show pega fogo. Como nada que temos na TV daqui (talvez só o Roda Viva da Cultura e o Canal Livre da Band cheguem lá longe de distancia), a política americana é discutida de uma forma clara e objetiva, com os debatedores quase chegando às vias de fato. É lindo ver a democracia funcionando plena quando um conservador ferrenho (semana passada era uma linda e jovem negra da CNN) é posto ao lado de um democrata eloquente (teve um tipo lá que era meio Paulo Francis, hilariamente cruel e sarcástico). E aí a maior diferença para o que vemos aqui: não só eles tratam de qq tema sem censura ou saia-justa, como um deixa o outro falar e se expor antes de cair matando. Bem diferente dos energumenos de Brasilia e da imprensa chapa branca que temos por aqui. Se o Lula tivesse um camarada como o Maher comandando um programa parecido no Brasil, mandava prender ou tirar do ar com alguma desculpa esfarrapada (nem queira saber o que Bill fala do Bush e da própria nação americana, sem gratuidade). Como o assunto não se esgota em 60 minutos, o papo continua online no site da HBO por mais uma hora. Acho q o BR só vai ser um país de primeira linha quando a gente puder ter na TV daqui algo do tipo. Inteligência em seu mais alto grau, sem babaquice.

Comentários

  1. existe um pgm no brasil, que nao é exatamente nessa linha, mas tem um que de chelsea, the soup e um leve toque politico, o cqc, do marcelo tas, que rola toda segunda, as 22h, na band. comecei a ver ja no segundo ou terceiro, pegando uma reprise que era na quarta, agora é no sábado, e gostei. so acho que ha um excesso de vinhetas e aquela camera tremida é muito mtv anos 90, ultrapassada. cqc = custe o que custar

    ResponderExcluir
  2. bom programa, mas parece que vai acabar (no brasil). sabe dizer se só mudou de horário (ou canal)?

    ResponderExcluir
  3. bom programa, mas parece que vai acabar (no brasil). sabe dizer se só mudou de horário (ou canal)?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...