O empoderamento (êh palavra horrível) feminino, é uma
coisa positiva. Mas, vem sendo usado, de forma equivocada. Como foi o caso do
novo filme d´‘As panteras’, no qual a barra foi forçada de tal forma para
‘lacrar’, que a produção se transformou numa das maiores bombas do ano, mal cobrindo
a metade do orçamento de $100 milhões de dólares. E, enterrando (para sempre?)
as ‘anjas’ de Charlie; que, em outras ocasiões, foram, realmente, poderosas.
A diretora
de ‘As panteras’, Elizabeth Banks, precisa aprender com a colega Lorene Scafaria,
diretora de ‘As golpistas’ (‘Hustlers’), como se faz um filme, no qual as
mulheres estão no comando, são fortes, sensuais e não uma caricatura tosca de
um ideal furado (detonar machos gratuitamente). Baseado num fato real, revelado
na revista ‘New York’, que causou furor na época de sua publicação, ‘As
golpistas’ mostra um grupo de mulheres, dançarinas de pole/strippers, que
resolvem roubar de seus clientes. Motivo: a quebra recente de Wall Street, que
abalou os negócios, quando os clientes, sem grana, sumiram do clube.
O golpe, é
bolado pela poderosa Ramona Vega (Jennifer Lopez, espetacular!), que convence
sua protegida, Destiny (Constance Wu, de ‘Podres de ricos’) e a novata
Annabelle (Lili Reinhart, da série ‘Riverdale’) a tomarem parte nele. O esquema
consiste em drogar os clientes - o famoso 'boa noite, cinderela -, para que estes passem as senhas de seus cartões
de crédito, que são prontamente estourados, numa espécie de vingança (questionável)
contra o que os engravatados de Wall Street fizeram ao país. O clima de
irmandade entre as mulheres, e os bastidores do mundo das strippers, é bem
interessante.
O filme, que
custou a bagatela de $20 milhões de dólares (que deve ter sido só o gasto com
publicidade de ‘As panteras’), foi sucesso de bilheteria nos EUA e faturou quase
dez vezes o seu budget (e contando). Não apenas por trazer uma trama inteligente
(e adulta) como por reunir um elenco perfeito nos papéis, e com forte química (as cantoras Cardi B e Lizzo, além da sumida Julia Stiles).
E, só de ver J-Lo fazer o seu número de pole dance, já vale o ingresso.
Sim, é
possível agradar a cota de homens nas bilheterias sem fazer um filme submisso a
eles. Ou contra eles. Como diz Janet Jackson, na música que abre o filme:
‘Control’ é a palavra-chave.
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