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AO REDOR DE ALMA




   Há alguns anos, o diretor americano Richard Linklater (de ‘Boyhood’), realizou um sci-fi chamado ‘A scanner darkly’ (aqui, ‘O homem duplo’, 2006, com Robert Downey Jr. e Keanu Reeves), que ele mesmo roteirizou, a partir de um original de Philip K. Dick (cujas obras viraram filmes sci-fi clássicos, como ‘Blade runner’ e ‘O vingador do futuro’). Neste, usou a técnica de rotoscopia, que consiste em filmar as cenas com atores de verdade, e depois, cobri-las com animação e efeitos, coisa que já se faz desde os tempos de ‘Branca de Neve’ (1937), da Disney. Mas, em geral, é uma técnica pouco usada.



   Agora, uma série exclusiva da Prime Video, ‘Undone’, traz de volta a técnica da rotoscopia, com mais elementos do que antes: mistura CGI (animação computadorizada) com 3D e outras técnicas atuais, levando a rotoscopia a um novo patamar. E, que tem a ver com a proposta da série. Que é a de mostrar realidades alteradas, percepções de realidades diferentes, já que, a personagem principal, Alma (Rosa Salazar, de ‘Alita’) pode estar alterada por drogas ou simplesmente ser esquizofrênica.
   Na série (de apenas 8 episódios, com duração média de 23 minutos, cada), acompanhamos a jornada de Alma, uma mestiça (filha de mãe mexicana com pai judeu branco americano, que mora no Texas), que, após um acidente de carro, passa a ter o que, a princípio, seriam alucinações (devido ao trauma e aos remédios que passou a tomar): ela vê - e conversa - com o pai, que morreu quando ela ainda era uma menina, em circunstancias misteriosas (não à tôa, numa noite de halloween, que te conexões com finados e o dia de los muertos mexicano). O pai vem para lhe pedir ajuda para desvendar como foi, ou porque foi, que ele morreu (ou foi assassinado). Já que, era um cientista envolvido numa pesquisa que poderia nos fazer ir e voltar no tempo. E que poderia motivar seus empregadores a roubar o projeto.



   No processo, acompanhamos a conexão que se dá entre Alma (nome sugestivo) e seus antepassados Aztecas, que usavam de drogas alucinógenas e danças, para se conectar com espíritos e atravessar portais. Tudo muito bem feito (tecnicamente) e atuado. E original. Resta saber quando vamos ver alguma coisa com a expressiva Rosa Salazar (tem olhos marcantes e bela voz) sendo ela de fato. Já que, no espetacular ‘Alita’ (produzido por James Cameron e dirigido por Robert Rodriguez, baseado em mangá e anime japoneses), ela dava corpo e alma a uma expressiva andróide. E ficava ainda mais camuflada pelos efeitos especiais do que agora.

https://youtu.be/f8kW2LI19K4

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