Se são capazes de fazer um filme de emojis (apesar de animação), são capazes de fazer de qualquer coisa. E, em se tratando de adaptações de videogames, nada é impossível. Por isso, foi com misto de surpresa e certo pé atrás, que soube que estavam transformando o jogo da Midway, 'Rampage' (originalmente surgido nos árcades, nos anos 80), num filme com The Rock! Nosso camarada, Dwayne Johnsson, pelo visto, encara qualquer desafio. Eu curtia bastante o jogo na época, anos 90 (já em cartucho, no Nintendo 64), pq ele consistia em que nós, os jogadores, na pele de animais monstruosos e fora de si (gorila, lobo e lagarto gigantes) saísse por aí, detonando geral. Era bastante divertido fazer isso.
Como tirar um filme disso? A trama do game, tem uma base sci-fi: experimentos numa base espacial saem de controle, a estação se despedaça, e fragmentos dela (bem como do experimento) caem na Terra, em determinadas áreas dos Estados Unidos, e afetam animais da região. No filme, os destroços tanto atingem um gorila albino, no Zoo de San Diego, na Califórnia (costa oeste americana), quanto um jacaré nos Everglades, na Flórida (costa leste) e um lobo no Wyioming (região central). Com a diferença de que, no jogo, o jacaré/aligátor, na vdd, era uma simbiose da cientista que estava na estação, Lizzie, que acaba se transformado num lagarto gigante, para fazer o trocadilho com o nome em inglês, lizard. No filme, é uma espécie de jacaré mutante.
No resumo da ópera, 'Rampage' acaba emulando aqueles filmes trash de monstros dos anos 50 (e, por pouco, não soa como aqueles longas horríveis que o canal SyFy produz atualmente). Só que, em vez da radiação que fazia a mutação naqueles, a motivação é outra, com uma pegada ecologica contemporanea. Achei bacana tbm o jeito como eles fizeram os vilões do filme (um casal de irmãos, que controlam a empresa que fez a experiência) pagar por seus erros. Mas, quando os bichos finalmente chegam a Chicago, é apenas destruição pura e simples. Como no jogo -- com direito a citações até ao king kong original: o embate entre o gorila e o jacaré. Mas, ao não se decidir totalmente pelo caminho da galhofa (as falas de Dwayne são, basicamente, frases de efeito com tons engraçadinhos) ou do filme de monstro puro e simples, 'Rampage' fica no meio de um caminho. E acaba se transformando em mais um filme de destruição gratuita, que já estamos cansados de ver.
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