Pular para o conteúdo principal

NOSTALGIA VIRTUAL


   Faz tempo, que a gente não vê um 'filme do Spielberg', do Spielberg, né? Já tem bem uns 20 anos. E 'Ready player one' (jogador numero 1), é o filme que ele nos devia há tempos (e, tbm, seu primeiro filme, em 15 anos, a fazer boa bilheteria nos EUA). Foi relativamente fácil para Spielberg entrar no mundo vindo do livro de Ernest Cline, já que a obra é praticamente um compendio de toda a cultura pop dos últimos 40 anos, sobretudo dos anos 80 (começando no finalzinho dos 70s) e com um leve toque dos 90s. É o terreno de Steven (videogames, filmes, series de tv, quadrinhos, animações etc). É fantasia, nostalgia e tudo o que os efeitos especiais de ultima geração podem nos oferecer.


No filme/livro, somos levados a um futuro distópico próximo (os anos 40 deste século), no qual um ambiente virtual chamado Oasis, é a principal forma de diversão da população. Sobretudo, pq este futuro, nos EUA, é bastante caótico e depressivo. Nada melhor do que fugir da realidade. Acontece que, o criador do Oasis (feito pelo atual ator fetiche de SS, Mark Rylance), morre, e deixa para os fãs um desafio: quem recolher três chaves, num desafio passado dentro do oásis, assumirá o controle da companhia. O jogo é difícil. Contudo, um grande fã do criador Wade/Parzival (Tye Sheridan), consegue passar a primeira fase. E chama atenção do atual controlador do Oasis, um inescrupuloso executivo, que não quer perder o controle da empresa, e tenta aniquilar o jogador.


Desta forma, participamos de um excelente jogo de realidade virtual (atual moda nos USA, acabei de vir de NYC e, lá, joguei o imersivo Ghostbusters experience, que é fantástico; fora que agora, existem vários prédios/arcades, dedicados aos games VR), com um filme que é 90% animação digital, com os atores virando avatares, e explorando um mundo em que, a cada frame ou minuto, enxergamos algum ícone do mundo dos jogos e da cultura pop (vale citar musica, tbm). É quase como se participássemos de uma imensa caça de easter eggs non-stop.


Dependendo do formato no qual vc assistir ao filme (imax, 3D ou 4d), a experiência pode ser melhor ou maior. Não recomendo muito o 3D/4D, pq pode deixar o espectador meio zonzo. Mas, num imax ou numa boa tela, é diversão mais do que garantida. O curioso é que, os millenials podem não sacar todas as referencias (só os mais nerds). É muita coisa 'vintage' (muito John Hughes, Rush por todo o lado; no livro, muito mais). O que é bom, por um lado. Vide que já estão redescobrindo o sensacional Iron Giant (animação maravilhosa do Brad Bird, antes da fama, não exibida no Brasil!), por exemplo. Único senão, pra mim, é que: num mundo tão avançado, tecnologicamente, ainda exista um vilão louco por dinheiro e que use armas convencionais. Completamente ultrapassado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu