Pular para o conteúdo principal

AS PORTAS DA PERCEPÇÃO



Estreou na TV americana CBS (primeiro, por streaming via CBS All Access), mais uma versão para a clássica série episódica ‘Além da imaginação’ (‘The twilight zone’). Criada no final dos anos 50, por Rod Serling (o melhor roteirista de TV de todos os tempos, sem contar que é dele, tbm, o roteiro do primeiro filme 'Planeta dos macacos'), a série original durou de 1959 a 1964, e teve cinco temporadas (com 156 episódios, a maioria de meia hora, só uma temporada teve episodios de 60 minutos). Depois, houve uma nova série nos anos 80, de 1985 a 1989 (com 65 episódios); e outra, de menor fôlego, entre 2002-3 (44 episódios, esta, apresentada por Forrest Whitaker).



 Neste meio tempo, houve também um filme longo para cinema, batizado aqui de ‘No limite da realidade’ ('the twilight zone: the movie' (1983), que recriava três episódios clássicos da TV 9além de ter um prólogo), dirigidos por nomes como Steven Spielberg, Joe Dante, John Landis e George Miller - todos fãs declarados da série original -, além de uma vinheta de abertura. Ifelizmente, durante as filmagens de um dos episódios, o ator Vic Morrow (pai de Jennifer Jason Leigh) e duas crianças, morreram atingidos pelas hélices de um helicoptero, numa cena de guerra.



   A nova série, chega com a grife Jordan Peele, o diretor/roteirista por trás do sucesso ‘Corra!’ (‘Get out’, 2017) e do superestimado ‘Nós’ (‘Us’), em cartaz no Brasil. No entanto, o fato de Peele (que também é o host que apresenta o episódio, como fazia Serling) ser fã de Rod e da série, e ter mostrado qualidades como roteirista em seus filmes, não garantiu um bom resultado para os dois primeiros capítulos da nova temporada (que terá 10 episódios), lançados previamente em streaming. Eles obtiveram recepção morna, no geral. E, sim, são apenas bem ok.



  Um deles (o ep02), recria o clássico episódio ‘Nightmare at 20,000 feet’, que, no original, foi estrelado por William Shatner (então, o futuro capitão Kirk, na clássica série sci-fi ‘Jornada nas estrelas’ (‘Star trek’); e, no cinema, foi o segmento final (e, o melhor), estrelado por John Lithgow. Na nova abordagem, apesar de bem produzido, é algo sem clima. E o ator principal, é ruim demais. O outro episódio (‘The comedian’), que foi o primeiro a ser exibido, é um pouco melhor. Traz o comediante Kumail Nanjiani (de ‘Silicon valley’) como um.. comediante. Sua carreira vai de mal a pior. Ate que, uma noite, encontra um comediante veterano (Tracy Morgan, de '30 rock') que lhe passa uma dica. E, assim, os desafetos do comediante frustrado vao desaparecendo, a medida em que sua fama cresce.

  O tempo dirá se esta nova abordagem para ‘The twilight zone’ (que, em vez de criar novos episódios, a princípio, recriará apenas antigos, e serao apenas dez capitulos) irá vingar. Por enquanto, não deu vontade de voltar a ver o capítulo da próxima semana.



  Por outro lado, uma série que considero ser a legítima descendente de ‘The twilight zone’ para os novos tempos (roteiros brilhantes), é a britânica ‘Black mirror’ (em produção desde 2011 e com apenas 25 episódios), encampada pela Netflix. Ao pegar o comportamento humano atual, completamente enroscado com a tecnologia, nos dá retratos assustadores de um futuro dominado por máquinas e mundos virtuais. Esta, sim, é uma série bem original, e que será lembrada por muitos anos.



 Para fãs de realidades paralelas e mistérios, outra série atual bacana é ‘The OA’, que voltou ao Netflix depois de três anos fora do ar. Estrelada por Brit Marling (que também é a co-criadora e produtora), mostra um experimento que faz com que um grupo de pessoas ‘pule’ através dos diversos universos paralelos que, teoricamente (como na teoria das cordas), nos cercam. Se a primeira, tinha um quê do cult movie ‘Donnie Darko’, agora, parece algo saído da mente de David Lynch, dado ao surrealismo. Estou devorando avidamente. São apenas 8 episódios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu