Recentemente, vimos com ‘Máquinas mortais’ (produção
e roteiro de Peter Jackson), que, só grife, não é o bastante para garantir que
um filme faça sucesso. O mesmo parecia apontar para ‘Alita, anjo de combate’
(Alita: battle angel), novo filme de Robert Rodriguez que, na verdade, é também,
de James Cameron -- que produz e é co-autor do roteiro --, e acalentava filmar
o mangá há quase duas décadas.
O que faz ‘Alita’ triunfar, além de sua esmerada
produção (e um 3D que realmente vale à pena), é um roteiro que mistura bem os dèjá-vus
das distopias cyber (está tudo lá: de ‘Akira’ a ‘Ghost in the shell’, passando
por ‘Blade runner’, ‘RoboCop’ e até mesmo ‘Rollerball’). Mas, sobretudo, pela
incrível caracterização do personagem principal: misto de atuação (Rosa Salazar,
ótima) e tecnologia de captura de imagem, a cyborg Alita é viva, vibrante,
pulsante e, sobretudo, muito simpática.
É difícil não
se encantar por ela, para além dos ótimos efeitos especiais e de seus
destacados olhos. É um tipo formidável. E com alma.
Assim, fica
fácil acompanhar a sua história (foi achada num ferro velho, por exímio
‘médico’ de andróides, espécie de Gepetto-Frankenstein, feito por Christopher
Waltz), num século 26, num lugar com ares de favela, Iron City, onde todos
sonham em subir para Zalem, cidade flutuante. Alita busca saber quem é, e para
o quê foi designada. A jornada inclui romance, sensacionais sequencias de
combate sobre patins e algumas cenas fortes, numa aventura que nunca deixa a
plateia entediada.
Para quem
reclama de que falta novidade nas telas, ‘Alita’ traz frescor dentro do já visto.
Tem questionamentos filosóficos e ação na medida certa. É a melhor adaptação de
um mangá (como são chamados os quadrinhos japoneses) para live action, que já
vimos no cinema.
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