Pular para o conteúdo principal

A REALIDADE É MELHOR DO QUE A FICÇÃO




Nos últimos tempos, tenho apreciado muito mais, no geral, assistir a documentários do que a filmes de ficção (não sci-fi, vale lembrar, ficção é TODO filme que não é documentário, independentemente do gênero). É de lá, que tem saído muita coisa boa e impressionante. Não à toa, muitos deles, acabam sendo adaptados para filmes hollywoodianos, depois. E, eventualmente, ganhando prêmios.

   Dois dos mais recentes que vi e curti são ‘Free solo’ (que acabou de levar o Oscar de melhor documentário longo) e ‘United Skates’. O primeiro, é uma produção da National Geographic (que será exibido no canal NatGeo do Brasil, no dia 19 de março), sobre Alex Honnold, um camarada que escalou, usando apenas as mãos (sem cordas ou equipamentos de proteção!), uma pedra imensa no parque de Yosemite (EUA). Já o segundo, é sobre um grupo de fãs da patinação dançante (roller disco), que cruza os Estados Unidos atrás dos últimos rinks que restaram, depois que a moda, que se consolidou nos anos 80, passou.




São duas vibes diferentes. Em ‘Free solo’, sentimos aflição parecida a de estarmos assistindo a um filme de suspense. Primeiro, acompanhamos a preparação de Honnold para realizar a façanha. Nesta fase, ele ainda usa cordas e material de proteção. Precisa ter a firmeza e segurança que o feito exigirá: ele irá escalar, em menos de quatro horas (um recorde), a montanha rochosa El Capitain, que fica no parque Yosemite, na Califórnia, de quase mil metros de altura!

   Você não precisa ser fã de alpinismo para se deixar levar pelo clima envolvente e tenso de ‘Free solo’. Ficamos na beira da cadeira nas cenas em que ele está lá, dependurado no nada. Ainda bem que não é em 3D. Ou causaria vertigem. Para quem gostar, recomendo procurar outro doc que trata de assunto semelhante, ‘The dawn wall’ (2017), que mostra dois amigos tentando escalar a mesma montanha. Só que usando cordas e com mais segurança.

  Antes do Oscar, ‘Free solo’ também ganhou o Bafta (premiação inglesa de cinema e tv) e vários prêmios em festivais de documentários pelo mundo, num total de 18 troféus, até agora.



  Nada tenso, e bastante musical, é ‘United skates’ (disponível em streaming, no site do canal HBO), sobre os fãs de patinação, que cruzam os EUA em busca dos últimos rinks em atividade – alguns deles, abertos entre os anos 1920-40/50, quando a onda começou. No processo. Vamos aprendendo que, depois que saiu de moda, o roller boogie virou uma subcultura estritamente negra, basicamente.

Enquanto vamos descobrindo as pistas que restaram (que, seguem um caminho semelhante aos de salões de boliche tradicionais, também em extinção), acompanhamos os depoimentos de artistas que despontaram nos rinks – palcos dos primeiros shows de artistas de hip-hop antes da fama -- como Queen Latifah, a dupla Salt-N-Pepa, o rapper Coolio, Vin Rock (do Naught by Nature) e apreciamos a estética cafona destes lugares, geralmente com imensas bolas de vidro, herdadas da era disco.

 Além disso, tomamos contato com diversos grupos que competem entre si, nacionalmente. E, tudo termina num rink reformado, em Los Angeles, onde rola uma grande festa. Cool!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...