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fim...

Death is everywhere, diz a letra de 'fly in the windescreen', do depeche mode. a partir do momento em que nascemos, começa o countdown pra morte. mas eu nunca a tinha presenciado de perto. meus pais ainda sao vivos, bem como minhas tias de sp, primos e sobrinhos. mesmo distantes, sabemos disso. foi com a morte da mae de ma babe (a quem eu chamava de vovó, pois era a unica q eu tinha, já que as minhas originais se foram qndo eu era criança e nem tive conhecimento) que tive, pela primeira vez, contato proximo com a morte, que nao é uma gotica bacana como a irma de sandman. é apenas uma coisa fria. é aquele momento em que simplesmente apagamos, e quem fica, nao tem a menor ideia do que acontece depois, mesmo que as crenças religiosas de cada um acenem com possibilidades diversas. no meu caso, acho que o que vem depois é um great big no. voltamos para um nada, nos tornamos parte de tudo novamente. assim como nao há um antes, nao deve haver um depois...

o que fica num momento desses é que nao somos nada. nao adianta dinheiro, posiçao social, se achar melhor, ser pobre, rico, famoso, anonimo, ser judeu, catolico, muçulmano, branco, negro, tudo o que faz e se fala aqui nao passa de bullshit. a unica coisa a se fazer é viver. viver, aproveitar, desfrutar, rir, amar, conhecer, viajar, comer, ver, ler, ajudar, dividir, brincar. pq tudo o mais nao passa de detalhe. assim como todos nascem, choram, comem, urinam, defecam, sangram, todos morrem, tudo se iguala, nao interessa o que tem na sua casca humana, na sua mascara externa, o ser humano é um só e o destino final é o mesmo. anjos, virgens, paraisos, fogo eterno, tudo isso nao passa de artificios que inventamos para tornar mais aceitavel o que, inexoravelmente, virá. entao, pare de sofrer por antecedencia, tramar maldade, acumular riquezas, viver mentiras. tudo isso é em vão. o que fica mesmo sao os momentos bacanas que vivemos com quem amamos ou que testemunhamos ao longo das nossas vidas. foi o que pareceu me dizer a vovó, inerte, que, infelizmente, nao aproveitou sua vida como deveria, em seus ultimos anos antes da decadencia...  

Comentários

  1. Acho que o meu maior medo (como deve ser o de muita gente) é perder alguém que amo.
    Infelizmente todos nós vamos experimentar isso pelo menos uma vez na vida.

    Sinto muito pela sua perda.

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  2. Post verdadeiro e tocante. Após a morte do meu pai passei um tempo anestesiada, a dor passa mas fica sempre a saudade. Curto muito você e a Cyn, acho vocês um casal incrível e fiquei muito triste em saber da morte da mãe dela.
    Difícil ter as palavras certas nessas horas, mas quero que saibam que estou por aqui, para o que precisarem.

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  3. Tom,
    Como antigo leitor do Blog, lamento profundamente por este seu momento familiar. Infelizmente, em virtude da minha profissão de médico, lido diariamente com situações de morte, e a cada pessoa que vejo partir penso naqueles que jamais queria que partissem. Para Freud a morte de alguém próximo é um pouco a morte de si mesmo, é a percepção de nossa maior negação, é a morte de uma parte do próprio Ego onde estava tão inserida a pessoa que partiu. Só o tempo cura um luto, e espero que sua família fique bem.

    [ ]s vader

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