Pular para o conteúdo principal

UMA NOITE HISTÓRICA. MESMO

A apresentação de Peter Hook e banda neste sábado, 18/jun, no Circo Voador, foi realmente histórica. Desde o começo, com uma projeção de cerca de 20mins, contando a história do Joy Division/New Order/Factory/Haçienda, até o fato de que, pela primeira vez, tivemos acesso a musicas do repertório do Joy Division que jamais haviamos ouvido por aqui antes, atraves de um integrante original da banda, que ja esteve no país algumas vzs e, com o New Order, no máximo tocava 'Love will tear us apart', como na mais recente vinda. Hook está viajando com a turne comemorativa dos 30 anos de lançamento do primeiro álbum do Joy Division, 'Unknown pleasures', que foi tocado na integra e na ordem; álbum do qual ele fez parte intensamente como integrante original da banda, compositor e, principalmente, como o criador das linhas de baixo soturnas que viraram marca registrada do JD e da dark wave. O fator histórico se deu até pela musica que precedeu a entrada de Hook e banda The Light (que conta com seu filho, Jack, no baixo) em cena: 'Trans Europe Express', do Kraftwerk, banda que influenciou o Joy.

O fator histórico continuou pq, antes de começar o álbum homenageado, Hook tocou tres early tracks do JD, incluindo 'Digital (day in/day out'), quase dando pra ver a sombra de Ian Curtis no palco. Depois, apareceu na tela o famoso desenho iconico da capa de 'Unknown pleasures' (que muita gente usa em camisetas hj em dia sem ter ideia do q se trata) e, a partir da faixa de abertura, 'Disorder', veio a sequencia que se ouvia sem parar no escuro do quarto (incluindo 'New dawn fades', q ja foi ate regravada pelo Nine Inch Nails). Quando chega o momento da dobradinha 'She´s lost control'/'Shadowplay' (esta, recentemente regravada pelo Killers), parte da plateia é tomada pela dança epiléptica do falecido Curtis, que influenciou a do também defunto Renato Russo, entao, a sequencia se encerra com 'I remember nothing', que deixa aquele rastro deprê, originalmente com o ruido de vidros se estilhaçando no final.

Pra noite nao acabar tao dark e pra baixo (no Circo, neguinho quer dar mosh até em show de blues), Hook volta para um adendo com mais uma rodada de singles do Joy, incluindo 'Atmosphere', 'Ceremony', 'Transmission', 'These days' e o hit postumo de Curtis, após 'Closer', a já clássica 'Love will tear us apart' (mil vzs regravada por aí), que encerrou a noite numa dança coletiva esfuziante, deixando de lado os eu clima melancólico, apesar de fazer muita gente ficar com lágrimas nos olhos. Apesar de fanfarrão, Hook nao é nenhum picareta, ele tem direitos nestas músicas e nós tivemos a oportunidade unica de ouvir as canções do Joy que jamais teremos a chance de ouvir de novo atraves de um membro original. Agora, só se ele voltar às boas com o restante do New Order e fizerem a tour comemorativa do sensacional 'Power, corruption & lies', que ja ja estará também completando 30 anos. Eu estarei lá, dançando loucamente ao som de 'Blue monday', sem a menor culpa =)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...