Pular para o conteúdo principal

SEXO, DROGAS E MÚSICA CLÁSSICA


Nos dias atuais, todo mundo só quer ver o que acabou de sair e o que está hypado nas redes. Às vezes, deixamos passar coisas boas, porque não estão nos trendings. É o caso de “Mozart in the Jungle”, ótima série do Amazon Prime Video. A produção é de 2014 e foi encerrada em 2018, após quatro temporadas (pena). Na primeira, ganhou dois Globos de Ouro. Um, na categoria ‘melhor série comédia ou musical’. E outro, para o protagonista, Gael Garcia Bernal. Como, na época, a Amazon ainda não tinha entrando com o seu serviço de streaming no Brasil (mal tem um ano aqui), nem tomamos conhecimento.



   Então, está na hora de descobrir essa excelente surpresa, que tem entre os seus criadores os primos Jason Schwartzman e Roman Coppola, da nova geração de Hollywood. Eles já andaram fazendo muitas coisas boas nos últimos anos, aliados a Sofia Coppola (irmã de Roman, ambos filhos do mestre Francis Ford Coppola) ou ao criativo Wes Anderson. Essa turma escreve, produz, atua, dirige, tudo junto e misturado. Como acontece em “Mozart in the Jungle”, que é baseada em livro chamado “Sex, drugs and classical music”, escrito por moça que fez parte da Filarmônica de Nova York por alguns anos, e descobriu que, a galera da musica clássica é tão ou mais louca, e adepta do sexo e drogas, quanto a turma do rock.



   Na série, a personagem Hayley (Lola Kirke, irmã de Jemima, de 'Girls'), uma aplicada oboísta, tenta entrar para a Filarmônica de NYC. No processo, conhece o genial maestro mexicano Rodrigo (Gael Garcia Bernal), que chega para substituir o antigo, Thomas (Malcolm McDowell, no seu melhor papel em muitos anos). Com Rodrigo, vive uma relação que mistura amizade, fraternidade, trabalho e atração sexual. Através deles, descobrimos os perrengues pelos quais passam os músicos clássicos, mesmo numa grande orquestra de uma grande cidade. E os egos inflados, a politicagem, a ambição por fama e dinheiro, que permeia o mundo da arte. É tudo muito bacana e fascinante.



   A mistura de comédia e drama (e as participações especiais, aqui e ali, que vão de Lang Lang a Placido Domingo e Josh Bell, passando por Monica Bellucci) é muito bem-feita. No elenco, destacam-se ainda a interessante Safrron Burrows e a decana Bernadette Peters (cantora da Broadway e atriz do filme mudo de Mel Brooks). E, a trilha, com o melhor da música clássica e lírica, é um bônus. Não precisa gostar de música erudita para se deliciar com o conteúdo. Dez!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu