Com a vitória de ‘Parasita’, nas principais
categorias do Oscar 2020 (filme, diretor, roteiro original), o moderno cinema
sul-coreano, entrou no mapa-múndi, de vez. Porque, filmes bons, estão produzindo
há mais de década. Basta lembrar de ‘Oldboy’ (2003), de Chan-Wook Park, um dos
mais complexos e perturbadores filmes de vingança de todos os tempos. Hollywood
refilmou, com direção de Spike Lee, e foi uma tragédia. Ruim demais. Não tiveram
a coragem de ir tão a fundo quanto o original. Então, pra quê?
Desde então,
quase todo ano, um excelente filme sul-coreano chega às telas dos cinemas
daqui, ainda que atrasado. No Brasil, sempre relegados a salas alternativas, com
público pequeno (será porque coreanos? Nos EUA, é a preguiça de ler legendas). Como aconteceu com ‘O hospedeiro’
(2006), de Bong Joon Ho (diretor do aclamado ‘Parasita’), que foi lançado no
circuito de arte. E ficou só nele.
Assim como
aconteceu com o maior e mais ambicioso filme de Ho, até aquele momento, ‘Expresso
do amanhã’ (‘Snowpiercer’, 2013) que, apesar de ter no elenco, nomes de apelo
internacional, como Chris Evans (o Capitão América!), Jamie Bell, Tilda Swinton, John Hurt, entre outros, foi filme de culto. Só para fãs de HQs (é baseado
numa graphic novel francesa) e do diretor. Aliás, ‘Snowpiercer’, está virando
série, da Amazon Studios, talvez ainda este ano. O filme, está no catálogo do Prime Vídeo, no Brasil.
E, o que
dizer de ‘Trem para Busan’ (2016, que, no Brasil, se chamou ‘Invasão zumbi’),
um dos mais tensos e originais filmes de zumbi dos últimos tempos (e, temos filmes
do tipo a toda hora, todos muito parecidos entre si)? Se fosse um blockbuster
americano, teria quebrado recordes de bilheteria. Como quebrou, em seu país de
origem. Outro título que faria sucesso em língua inglesa é ‘A criada’ (20016),
de Chan-Wook Park, que adapta um livro inglês para uma situação histórica
coreana magnificamente. Estava no catálogo Netflix até a pouco.
Pois é. A Coréia
não se limita a Psy ('gagnam style'), k-pop e novelas (estão entrando em vários países assim). E, nem ‘Parasita’, é o filme que é, sem esse background do cinema local, apoiado em
bons roteiros e bons diretores. Abram os olhos!
Kim Ki-duk
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