Nos últimos anos, filmes baseados em personagens de quadrinhos se tornaram um grande filão. Os da Marvel, são dos mais cobiçados (embora a rival DC tenha dois dos maiores ícones do gênero, Batman e Superman, ainda não acertaram no alvo com estes). Contudo, nem todos estão sob a asa Disney (dona atual da Marvel Pictures). Em negociações passadas, um dos maiores e melhores personagens Marvel, o Homem-Aranha, por exemplo, ficou com a Columbia (atual Sony), que já fez alguns filmes live action bacanas com Spidey, sobretudo os dois primeiros do Sam Raimi (sendo o segundo, o melhor de todos). Já a Fox, ficou com outros, como X-men (Wolverine incluso) e o Quarteto Fantástico (que nunca deu muito certo, já tentaram até reboot). Mas, um personagem menor, atrelado ao universo dos X-Men, fez um baita sucesso recentemente, ao fugir um pouco do lugar-comum: o Deadpool.
Pois o segundo filme do Deadpool (ambos, impróprios para menores, por causa dos palavrões e da violência), está sendo (re)lançado, esta semana, no Brasil, re-editado como um filme natalino, e acessível aos menores de 18 anos (mas, não tanto, a censura será 13), como 'Era uma vez um Deadpool' (Once upon a deadpool). O que mudou? Basicamente, enxertaram cenas, com Deadpool contando o filme como se, este, fosse um conto natalino. E Wade (Ryan Reynolds) faz isso para um indefeso (porque amarrado na cama) Fred Savage (ele mesmo!), repetindo o esquema usado em 'A princesa prometida', no qual Savage, ainda criança, ouvia a historia contada por seu avô. Ficou divertido. E as intromissões dele no meio do filme, são boas. Contudo, o filme em si perdeu um poco da força, já que teve todas as suas cenas de ação editadas, como se fosse para passar à tarde, na TV aberta. E, os palavrões bipados ou modificados (como shits que viram shoots e fucks que são flocks).
O que eu achei legal mesmo, foi a homenagem a Stan Lee (sim, deu tempo!). Primeiro, no meio do filme, numa cena na qual o rosto de Lee aparece grafitado na lateral de um prédio (com um R.I.P.), e, depois, quando o filme acaba totalmente, e dá tela preta, com cenas da participação dele no filme (sua última narração). Vemos os vários takes de Lee fazendo a cena (e usando diferentes piadas) até trechos de uma entrevista dele, falando de sua trajetória e dizendo que, quando ele morrer, acabou e pronto. Mas os personagens, vão ficar. Impossível não cair no choro vendo isso, na sala escura.
Deadpool é Fox. Mas, Spidey, é Sony. E, no começo de janeiro (dia 10), chega por aqui a animação 'Homem-Aranha no aranhaverso' (spiderman: into the spider-verse), que é uma das mais completas traduções do que é uma historia em quadrinhos no cinema. Por mais que a gente tenha hoje filmes com CGI fenomenais, a animação é como uma versão 'viva' dos quadrinhos. Estão mais conectados. O longa animado, mergulha no aranhaverso, arco de histórias que reimaginaram o aracnídeo sob várias encarnações diversas, em universos paralelos. No nosso universo, o do Peter Parker original (a Nova York dos dias atuais), vive o jovem Miles Morales, que está destinado a ser o novo aranha. Contudo, por conta de um projeto que o Rei do Crime (Kingpin) está elaborando com Doc Ock (versão feminina do Dr Octopus), um portal é aberto e outros spideys acabam aparecendo em Manhattan. Como: o Peter mais velho (na casa dos 30 e barrigudo, e, pelo que notamos, judeu), porco-aranha (spider-ham, acho que isso começou como uma piada nos Simpsons), Peni Parker (uma menina japa, no estilo anime, acompanhada de robô), spider-man noir (muito bacana, voz do Nicolas Cage) e spider-Gwen Stacy (uma das várias versões femininas do herói neste multiverso).
No spider-verse dos quadrinhos, existem muito mais do que apenas estes (spider-punk, spider-girl, scarlet spider, silk etc). Mas, não caberia tudo num filme só, ia ficar muito confuso. Contudo, como a produção fez muito sucesso nos EUA (e deve repetir o mesmo mundo a fora), pelo menos uma continuação já está sendo pensada. E será muito bem recebida. Nesta, ainda deu tempo de Stan Lee dublar a sua versão animada e, no fim, rola uma merecida homenagem a ele e a Steve Ditko, também falecido este ano, que desenhou e co-criou o Aranha como nós conhecemos. Os fãs dos quadrinhos simplesmente vão babar com o filme de Bob Persichetti e Peter Ramsey, que é maravilhoso, tanto na animação, quanto no roteiro e referencias. É a primeira grande animação sony-marvel. A ceninha final, já mostra outras duas encarnações do aranha, e a volta de um personagem querido por todos.
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