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DIÁRIO DE FÉRIAS NA PAULICÉIA

Nas minhas mini ferias de novembro, com ma babe, resolvemos explorar uma grande cidade que fica perto, mas que a gente só passa por lá, geralmente, em bate-voltas de trabalho. da ultima vez em que lá estive, mal sai dos arredores do aeroporto de congonhas. é, são paulo, tão perto, e tão longe. mas, agora, fomos pra passar uns dias, sem compromissos, ver amigos e checar as novidades. eu, que já passei muitos verões lá, na adolescência -- cheguei a morar um ano na casa de tia --, conheço bem a cidade. mais até do que muito paulistano de nascença. pq, estes, muitas vzs, nem saem de seus redutos, visto que a cidade é imensa (me lembra a cidade do méxico em vários aspectos) e auto-suficiente.



então, resolvemos checar as coisas que não estavam lá da ultima vez em que fomos a lazer: tipo, o beco do batman (área repleta de grafites, nos arredores da vila madalena), que lembra um pedaço da lapa carioca ou de santa teresa. só que sem a presença de maladrinhos a te cercar. alias, la, ouvi varias línguas (alemão, espanhol, inglês, francês), o que mostra que, o beco, já entrou na rota dos turistas. na região, esta a galeria choque cultural, que sempre vale a vista (a carioca la cucaracha, está com uma expo temporária com material dela, em sua lojinha de ipanema). pouco depois, estávamos na japan house (que existe tbm em londres, los angeles e japão, claro), numa das pontas da paulista (lado paraíso), que está com duas expos sensacionais (anrealage e nonotake), onde a tecnologia de ponta é o forte. na primeira, roupas que ganham cores, como mágica. na segunda, uma experiencia sensorial e visual. um contraste e tanto das pinturas coloridas e primitivas do beco, para o som eletrônico, o preto e branco, as luzes leds. a entrada é franca. e, as privadas dos wcs, são aquelas japonesas automáticas, uma experiencia à parte. é um lugar sensacional, de ficar horas e horas.



uma vez na paulista (e, hospedados perto do masp/trianon),o lance é ir andando de volta pra casa. da japan house, basta atravessar a rua, e, do outro lado, está a bonitinha casa das flores (uma das raras que sobrou, intacta, na avenida). dois passos adiante, o novo sesc da paulista, cuja principal atração é seu terraço (entrada livre), de onde se vê a principal avenida da cidade. e, ha sempre uma boa mostra ou atração. quase tudo grátis (tem bicicletário). encostada nela, está o itau cultural, outro prédio bacana repleto de atrações. e, daí, fomos andando de volta ao hotel, cruzando a cásper (o prédio da gazeta) e a galera em suas escadarias, os novos mini shoppings (onde, antes, eram salas de cinema), o movimento do fim de dia, os camelôs, a galera embaixo do masp (o lugar, estava extremamente sujo na ocasião) e o parque trianon, que, dependendo da hora do dia, não é um bom lugar para se estar. o que mais nos chamou a atenção foi o aumento da população de rua. estava por toda parte. um local nos disse que, isso aconteceu depois que estouraram a cracolândia e desocuparam prédios no centrão. realmente, são muitas famílias, muitas crianças (estas, vendendo paninhos; deve haver uma máfia controlando esse negócio e explorando os menores).



no dia seguinte, uma sexta, depois de caminhar nas redondezas, fomos explorar o centrão: almoçar o inevitável sanduíche de mortadela e pastel de bacalhau, no mercado municipal (existem vários locais que os vendem). o chato, no mercado, é que vc é assediado, o tempo todo, por gente querendo te levar pra comer ou vender alguma coisa. como mosquitos num dia de calor. eles vão em cima mesmo. depois do rango, compramos tâmaras e morangos, para a sobremesa. ai, atenção: o cara quis nos vender um pouquinho de nada, por $35. recusamos e ele baixou para $20! tudo lá é superfaturado. diferente da galeria pagé, um quarteirão depois, que é o entreposto de tudo o que chega da china para vender nos camelódromos do brasil (inclusive, no do rio). lá, tudo é, em média 30/50% mais barato do que na uruguaiana. deixa para ma babe comprar fone bluetooth para seu smartphone (aquele que, agora, não tem mais entrada p2, mtrfckrs!), junto com proteção para seu smartwatch e mais algo que não lembro. e, tudo, saiu por $70 (na uru, seria entre $120/50). na esquina, fica a famosa 25 de março. evite. muita muvuca. a não ser q vc seja sacoleiro. pensei ir no edifício martinelli/banespa, mas é preciso pegar senha cedo, e já era meio da tarde. então, voltamos ao hotel para relaxar para a noitada, que incluiria o show do gang of four no sesc pompeia e, quem sabem uma baladinha nos jardins.



revigorados, saímos cedo para o sesc pompeia, pois era sexta, muito transito e show cedo. além disso, foi o point de encontro de vários amigos que lá estariam (entre os quais, o flesch, o thunder, e um que só conhecia pelo twitter, o andy, além de esbarrão no scandurra, que já tinha ido no dia anterior). gang of four é uma banda inglesa dos tempos punk, que está em turnê comemorativa de 40 anos do ótimo álbum de estreia 'Entertainment!", que, de 12 faixas, tem pelo menos umas 8 geniais (damage goods, anthrax, not great men, ether, return to gift, i found that essence rare, glass, at home he´s a tourist). todas, foram tocadas, bem como outras, de outros discos, inclusive 'I love a man in uniform', único flerte com o pop que tiveram (parecia ate coisa do human league). o show, começa lento, tribal, e vai ganhando folego aos poucos. em dado momento, pega fogo. e termina no ápice. da formação original, resta apenas o guitarrista andy gill (que, segundo o scandurra, tira uns sons de 'abelhinha' das cordas). mas, o time de jovens que o acompanha, são excelentes. o vocalista, tem o mesmo timbre do original e, tanto o baixo quanto o batera, possuem uma força tremenda. um show quente e inesquecível. valeu esperar 40 anos ;)



no sábado, por causa da noite anterior, dormimos mais um pouco e, depois das onze, rumamos para a liberdade, com outra amiga que conhecia só de twitter, a lilla. quem nao tem japão, tem aquele enclave niponico no centrão, com lojas que vendem guloseimas da terra do sol nascente e outros babilaques. no começo, tem uma feirinha (com produtos bem em conta, tipo shimeshis e quetais). tem de aproveitar, pq fecha tudo por volta das 3/4pm. no caminho,vimos ate um cosplay de ultraseven. o almoço foi no buffet do nikkey, que já viu dias melhores. estava meio minguado. mas, valeu para encontrar outros amigos (cariocas desgarrados, que pela paulicéia ficaram). da mesma forma que, a noite, fomos ter com outros expatriados do rio, num restaurante fino dos jardins, o tartufferia san paolo. foi o melhor da viagem. os pratos (da entrada a sobremesa) foram simplesmente divinos. e, se vc tem um pouco de bala na agulha, pode salpicar alguns deles com as tais trufas (as brancas, muito caras; as pretas, na promoção, ok). o linguinni exige trufas. já o polvo grelhado, não. tem vinho da casa. então, no fim das contas, a dolorosa para quatro, foi o de uma churrascaria carioca. pretendo voltar neste asap, para explorar o cardápio.



parecia que já estávamos ha uma semana na terra da garoa. mas, havia ainda uma metade de domingo, que foi preenchida com uma ida ao ibirapuera, onde, na oca, está a imperdível retrospectiva do chinês ai wei wei. é uma amostra de seu trabalho, com um poco de cada. já que, algumas de suas obras, tem dimensões monumentais ou contam com centenas de peças. é arte em prol do ativismo politico e v-v. acabamos encontrando amigas do lado de cá da ponte aérea, que tbm estavam lá, passando o tempo. do lado da oca, fica o pavilhão da bienal, que estava abrigando a dita cuja, muito fraca desta vez. como, domingo, a entrada é franca, não doeu. rápido rolê em volta e fomos conferir o eataly paulista, que é quase uma cópia fiel do de milão (um prédio, aqui com dois andares, lá, três), que tem todo o tipo de comida das diversas regiões da itália. muita coisa para pouco tempo. mas, valeu conhecer. e, depois, pé no jato, com a promessa de voltar o mais breve. pois faltou ir nos arredores do copan, provar a casa do porco e conhecer o edifício tokyo, que emula aqueles de akihabara. sayonara.
 

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