Pular para o conteúdo principal

DO UTERO DO NIRVANA (CRITICA)



Em cartaz, n
o Museu Histórico Nacional, no centro do Rio (próximo Praça XV e estação das barcas), a exposição Nirvana: Taking Punk to the Masses, apesar de mostrar muitas peças, entre instrumentos, fotos, vídeos, depoimentos, álbuns, cartazes e itens pessoais dos integrantes da banda (como algumas peças de vestuário que Kurt usou em shows e clipes, p ex), não é tão bacana como aparenta ser. Há um problema sério na mostra: não há musica (a não ser, q vc ouça via fones de ouvido), sequer um videoclipe. Pode ser que isso se dê por algum problema de direitos de uso. Parece que há uma treta entre Courtney Love e o Krist Novoselic (que emprestou grande parte do material desta mostra) Mas, não se fala no assunto em parte alguma. Pelo contrário. Logo na ante-sala da mostra, um texto dá a entender que, naquele espaço, ouviríamos um trecho em loop de 'come as you are', para ter ideia da mistura de barulho e melodia que a banda fazia tão bem. Mas, não rola (não há sequer uma caixinha de som escondida). A frustração já começa aí.

A exposição em si toma apenas uma sala de tamanho médio no imenso museu (no fim, há uma área 'interativa', risível e tosca, na qual vc pode tirar fotos em cenários e gravar uma especie de karaoke). Num dia concorrido, deve ficar bem apertado e disputado (são poucas mesas com vídeo entrevistas, com dois fones em cada). Ela se vale mesmo de mostrar itens, como mixtapes, que Kurt fazia com amigos (mas, não dá para ouvir o conteúdo destas), rascunhos de letras e alguns instrumentos antigos e cartazes de shows. Não são muitos. A mostra original, que está no Museum of Pop Culture (MoPOP) de Seattle (onde está desde 2012, esta é sua primeira itinerancia), tem muito mais coisas. E musica. Aqui, a única parte que tem som (via fones) é um painel que mostra as bandas que compunham a cena de Seattle e arredores. Entre os destaques, estão o manequin anjo, que foi usado em shows e na capa do disco 'In utero' (para mim, a melhor coisa), além de murais com capas de discos que influenciaram os integrantes. Mas, tem muita coisa lá com cara de fac-símile, de cópia, não de material original.




resumo: Se você tem menos de 30 anos, e não viveu o auge do grunge, pode se interessar por ver os artefatos. Nunca tivemos esta oportunidade antes. Mas, pessoalmente, pra mim, ela deixou muito a desejar. Não dá a noção do que foi a importância da banda e do abalo que ela causou na cena musical da época (não faz jus a seu titulo> levando o punk para as massas). E, achei ainda menor do que a de Steve Jobs, que esteve no Rio, e agora, está em SP, mas que explica bem melhor a importância do fundador da Apple nas nossas vidas. Mas, no fim das contas, vale a visita.

Dica: dia de semana, cedo, a mostra fica vazia, e a entrada é mais barata do que nos fins de semana (e, mesmo sem ninguém na fila, o camarada que me atendeu levou cerca de 5 minutos para passar meu cartão e imprimir e me dar o ingresso!). Em setembro, ela irá para o MIS/SP. Aliás, o MIS apresentou uma mostra muito mais completa e imersiva, que esta: a de David Bowie, que tive a oportunidade de ver em Bologna, Itália, e na qual não falta sound & vision, como cantava o Starman. Será que, no MIS, esta mostra terá algo mais, nem que seja sonoramente?

*cusiosamente, a expo é impropria a menores de 16 anos. Não entendi o porque. não há nada lá que possa chocar alguém com mais de 10 anos de idade. Nem memso os rascunhos dos cadernos de Kurt, cheio de imagens perturbadoras. Censura 12 anos já seria mais do que adequado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...