Quatorze anos depois de ‘Borat: o segundo melhor
repórter do glorioso país Cazaquistão viaja à América’ (“Borat: cultural
learnings of America for make benefit of glorious nation of Kazakhstan’, 2006),
uma das melhores comédias gonzo do cinema -- feita em tom documental, como se
fosse verdade --, chega a (in)esperada sequência ‘Borat: subsequent movie film’
(título encurtado). Inesperada porque, o filme foi todo rodado em segredo, sem
que ninguém soubesse que ele estava sendo feito. E só anunciado semanas antes
de ser lançado, pelo serviço de streaming Amazon Prime Video.
E, foi feito
em segredo porque, hoje em dia, quase todo mundo sabe/conhece quem é Borat
(interpretado pelo humorista inglês Sacha Baron Cohen), criado para um dos
segmentos do programa ‘Da Ali G show’ (um fake rapper feito por Cohen), exibido
no HBO. Justamente pelo sucesso alcançado pelo primeiro filme (dirigido por
Larry Charles, produtor de “Seinfeld” e roteirista de “Curb your enthusiasm’),
que faturou mais de US$200 milhões, para um filme que não custou nem US$20
milhões!
Então, como enganar?
Desta vez, Borat volta aos EUA com sua filha, Tutar (a búlgara Mariya Balakova, meio parecida coma Tatá Werneck, que é sensacional!) e se disfarça de ‘americano’, gordo (enchimento), de barba e
roupas de rancheiro. Sua missão é entregar a filha para uma figura proeminente
dos EUA, já que o ‘sonho de princesa dela’ é ser Melania! Tenta primeiro
invadindo um comício de Mike Pence (disfarçado de Trump!) e, depois, com o
ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani.
Estas, e
mais a cena na qual Tutar simula estar menstruando numa festa, são os raros
momentos realmente constrangedores do filme. Já que, no restante, Borat e Tutar
seguem um roteiro muito bem formatado (são oito roteiristas!) e a maioria das
pessoas com quem contracenam, parecem que foram ensaiadas (esta semana, a moça que faz a 'babá' de Tutar, revelou que recebeu cerca de $3 mil dólares pela participação). Não há o mal-estar
do primeiro, quando Borat, cometia as maiores gafes, enquanto descobria a
América, com os olhos inocentes, quase como os de uma criança.
O filme é
todo calculado, e feito para o momento político atual. parece um panfleto. E, Borat, chega ao cúmulo
de se desculpar pelos vacilos do filme anterior (sobretudo, com a comunidade judaica, sendo que Baron Cohen é judeu). O que meio que destrói toda a ‘má
fama’ construída pelo personagem anteriormente. Os tempos são outros. E, Borat, também mudou. E lacrou. Pena.
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