Pular para o conteúdo principal

TERROR ÀS CLARAS


   
   Há pouco mais de um ano, o diretor estreante em longas, Ari Aster, surpreendeu público e crítica, com ‘Hereditário’, um horror moderno, que lembrava o clima de clássicos do gênero, como ‘O bebê de Rosemary’ (1968), de Polanski, por mostrar pouco e assustar muito, com enredo que construía uma atmosfera de terror aos poucos e deixava a plateia atônita. O tipo de filme que te faz sair da sala ‘bolado’.



   Por isso, mal ‘Hereditário’ estreou, Aster ganhou luz verde para já começar a rodar ‘Midsommar’, que estreia no Brasil esta semana, com o subtítulo ‘O mal não espera a noite’. Mais uma vez, é um filme que tem sua atmosfera construída lentamente (e, até por isso, dura 2h40m) e, como o filme anterior, também tem a ver com um culto. No caso, mostra jovens americanos que vão acompanhar celebração do solstício de verão, na Suécia. Só que, na vila em que vão, levados por um amigo local, lá, a cada 90 anos, ela acontece de uma forma diferente. E, eles vão descobrir isso, da pior forma. Participando diretamente dos eventos.

   Diferente, também, é este filme ‘de terror’, que acontece, 90% do tempo, sob a luz do sol. Por conta do solstício e do sol da meia-noite nórdico, todo o clima de medo e suspense acontece às claras, nada nas sombras (não tem música climática ou sustinhos bestas). É tudo branco e alvo, dos suecos aos sustos. Não há nada de sobrenatural, gatos pretos surgindo do nada, nem tipos medonhos. Mas pessoas lindas, louras, muita luz, uma atmosfera pastoral, campestre (com um leve toque lisérgico), mas que esconde uma realidade que chocará a todos no fim.



   O diretor apresenta, nos mínimos detalhes, a rotina e as preparações para os festejos, quase que de forma documental (tanto, que haverá uma versão de três horas para vídeo/digital/steraming, a versão do diretor). E, o que é dito e mostrado, tem base no folclore nórdico. Nada foi inventado. O que torna tudo ainda mais perturbador. Afinal, ritos, tradições e coisas do tipo, sempre tem um fundo sinistro. Até porque, foram moldados em tempos pagãos, quando a relação do homem com a natureza era outra.

  Se você não tolera cultos e que tais, acha isso tudo uma grande maluquice, vai sair de ‘Midsommar’ ainda mais ‘cabreiro’ com eles. 

*a moça do cartaz é Florence Pugh, de 'Lady Macbeth', mais uma vez, numa atuação sensacional...

RUGIDO: ALTO

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu