Paul Thomas Anderson é um prodígio. Aos 26, realizou 'Boogie nights', seu longa de estreia, que aumentava um curta que ele tinha feito dez anos antes, sobre um fictício ator pornô chamado Dirk Diggler. Seu trabalho seguinte, foi o ambicioso 'Magnolia', espécie de homenagem a Robert Altman: um filme longo e cheio de personagens, cujas historias se entrecruzam aleatoriamente. Daí em diante, cada novo filme seu era esperado com altas expectativas, pelos fãs e pela crítica. Ele fez até um com Adam Sandler (!?), 'embriagado de amor'. Mas, sua obra-prima, veio em 2007: 'There will be blood' (sangue negro), um daqueles raros filmes que, quando acaba, dá vontade de aplaudir de pé na sala, e gritar 'bravo!' Um dos grandes trunfos do filme, é Daniel Day-Lewis, que, não a toa, ganhou Oscar de melhor ator no ano seguinte. É um dos cinco melhores filmes deste novo século.
Solteirão convicto, e meio dândi, Woodcock tem sua rotina interrompida, quando se encanta com garçonete de restaurante de hotel campestre. Ele, vê nela, a modelo perfeita para seus vestidos. O olhar de Woodcock para com as mulheres, vai além do sexual. Ele as vê como criaturas perfeitas para suas criações. A principio, Alma (o nome da moça, feita por Vicki Krieps, arrebatadora), não se adequa ao estilo de vida de Woodcock. Não apenas muito snob, como também cheio de regras e esquisitices. Apesar de ser uma mulher com opiniões fortes, ela é apenas uma musa, uma peça para ele. Submissa. Aos poucos, os dois vão se afinando, depois de vários entreveros. Ao ponto de encontrarem algo em comum, de modo muito estranho. Mas, que vai reforçar o amor entre eles. Um amor torto, mas verdadeiro. A trilha de Jonny Greenwood (radiohead), completa tudo.
Trama fantasma (o termo, refere-se a um tipo de costura que Woodcock faz nos ternos, onde esconde segredos e coisas pessoais), é um filme bastante hermético, fechado, muito pretensioso. E, sem concessões. Em diversos momentos, o diretor poderia ter feito isso ou aquilo, para agradar, tornar o filme mais acessível. Mas, não. É destinado ao circuito de arte (apesar de se um dos filmes mais caros do diretor, que deve demorar a se pagar). Contudo, PTA reafirma sua condição no cinema atual: a de um diretor talentoso, original (o roteiro é dele), que não se vende ao mercado. Ainda bem que existem estúdios/produtores que bancam. Um belo estudo de personagens.
cotação: RUGIDO FORTE
https://youtu.be/xNtD8Tj1q5s
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