
-- Eu sempre comprei 12" de disco music, principalmente na Alemanha, que tem muita re-edição com uma remasterização feita hoje em dia e com um corte muito melhor que o original. Mas nunca tinha me passado pela cabeça em tocar isso numa pista. Desde aquela onda de minimal por volta de 2006 que eu não estava mais feliz com o rumo que o techno estava tomando, cada vez mais frio, triste e duro. Os últimos 2 anos eu passei boa parte em Londres e descobri uma cena de música que me fazia sentir o mesmo frio na barriga que eu sentia com o techno nos anos 90. Aos poucos eu fui encaixando umas faixas aqui e ali e cheguei a conclusão que tudo é dance music, é muito pouco ter um repertório que só fica preso em uma coisa.
E o que seus fãs mais radicais do techno acharam disso?
-- O público hoje em dia é bem mais ecléctico do que antigamente. Até por isso que revivals como disco e acid house estão voltando, não para substituir nada como acontecia antigamente, mas para serem somados. Eu posso ter um novo universo musical em meu repertório, mas o jeito que eu coloco isso continua o mesmo, então acredito que a essência do techno continua sempre lá. Quem conhece qualquer coisa do meu trabalho, além de "Pontapé", sabe que eu não estou fazendo nada inconsequente.
Você vai alternar djing techno com disco ou o techno lenha ficou no passado?
--Eu não toco lenha já faz algum tempo, acho que você vai descobrindo novos jeitos de criar uma intensidade quando toca. Não acredito muito em cada dia tocar uma coisa. Acho que um DJ tem que ser capaz de fazer o público entrar na sua viagem musical. É claro que tem vezes que você vai mais longe e vezes que as condições nao permitem, mas é sua obrigação tentar levar a coisa mais longe. É igual você ir no restaurante de um chef famoso e ele dizer que naquela noite só vai fazer sobremesa. (*O DJ inglês Andy Blake também toca na mesma noite com Renato)
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