Pular para o conteúdo principal

THE COTTON CLUB ENCORE: ALL THAT JAZZ!


 

Enquanto todos estão falando da nova versão para ‘O Poderoso Chefão, parte III’ (que, agora, se chama ‘Mario Puzo´s the Godfather, coda: the death of Michael Corleone’), que foi relançado nos cinemas na semana passada (trazendo uma nova edição, com e início e finais diferentes) e vai sair em VOD estes dias, descobri, lendo uma entrevista do diretor Francis Ford Coppola, no 'Vulture', que, ano passado, ele também deu uma nova chance para o seu misto de musical e filme de gangster ‘The Cotton Club’ (1984), que, na época de seu lançamento, teve problemas de distribuição e edição. E flopou.

 

Richard Gere e Diane Lane: rola química boa entre os dois

  O resultado, foi um filme mal ajambrado (muitos personagens e tramas, que não se complementavam a contento), que acabou por se tornar fracasso de bilheteria (custou $50 milhões, O QUE, NA ÉPOCA, ERA UM BOCADO, e não retornou nem a metade disso, internacionalmente), e do qual quase ninguém se lembra mais. Até porque, nos cinemas, ele tinha uma metragem (cerca de duas horas), na TV, outra (menor, tirando as cenas de violência). Apesar de ter um elenco bacana, o Richard Gere, Diane Lane, os falecidos Gregory Hines e Bob Hoskins, e outros que ainda iam ganhar nome, como Laurence Fishburne, Giancarlo Esposito e o sobrinho de Coppola, Nicolas Cage (como o bandido Mad Dog). Nada disso, foi o bastante para atrair o público

  

Gregory Hines e o irmão, Maurice, arrasam nas cenas de dança


Quem assistir a esta nova versão de ‘The Cotton Club’, que ganhou o adendo ‘encore’, vai se deliciar com um bom misto de romance e música, que nos dá um retrato (misturando fatos e tipos reais com ficção) de como teria sido o mais famoso clube de jazz de Nova York, frequentado tanto por celebridades quanto por gangsters, no período que ficou conhecido como os ‘roaring twenties’ (os agitados anos 20) até o começo dos 30s. A nova versão tem 20 minutos extras (onde foram inseridos mais números musicais, cada um melhor do que o outro), além de trilha sonora remasterizada (veja no home theater) e uma melhor compreensão do roteiro (o filme ainda sofre um pouco por ter vários plots paralelos, mas agora flui bem melhor, no geral).

 


   É muito bacana ver, sobretudo na parte final, uma apresentação do lendário jazzman Cab Calloway (que, consegui ver, nos 80s, em SP), uma versão fictícia dos incríveis dançarinos Nicholas Brothers (no filme, são os Irmãos Williams, feitos por Gregory Hines e Maurice Hines, irmãos na vida real e tap dancers de primeira), além de Richard Gere realmente tocar todas as suas partes no trompete. Sem falar da fenomenal cantora Lonette McKee, que faz um tipo que lembra, vagamente, Billie Holiday. Além disso, o filme já batia forte na questão racial: se os negros é que faziam os shows no Cotton Club, porque negros não podiam frequentar o clube, que ficava em pleno Harlem? Basta lembrar que, até os artistas, entravam pela porta dos fundos...  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...