Pular para o conteúdo principal

A NOVA ONDA DE ANIMAÇÕES




Foi lançada, neste agosto, a nova série animada de Matt Groening (o criador de ‘Os Simpsons’ e ‘Futurama’), ‘(Des)encanto’ (‘(Dis)enchantement’), pelo Netflix. Apesar das expectativas (por ser de quem é), o piloto é bastante convencional, e os episódios seguintes, não vão muito adiante: animação simplória, piadas óbvias, nem um pouco do senso de rebeldia que víamos nas primeiras temporadas dos Simpsons ou mesmo nos trabalhos pregressos de Groening (as tirinhas ‘Life in hell’). É apenas uma pouco inspirada paródia de fantasia medieval. Sem o mesmo encanto de antes.



   Então, caso você queira ver outras animações direcionadas para adultos, o próprio Netflix tem algumas das melhores do momento, em seu catálogo. A começar por ‘BoJack horseman’ (em produção desde 2014) sobre um cavalo ator (!), que já teve seus dias de glória em Hollywood, e tenta reerguer sua carreira, fazendo todo o tipo de jogadas comerciais para isso.  A criação de Raphael Bob-Waksberg é sombria, cruel, um bocado deprê e bastante adulta – em dado momento, esquecemos que estamos vendo animais falantes, tal o envolvimento com o roteiro e personagens. O elenco vocal também é ótimo. O comediante Will Arnett (Saturday night live) faz BoJack, e Alison Brie (‘Glow’) e Aaron Paul (‘Breaking bad’) dublam personagens recorrentes. É melhor do que muita série com atores.



Também está no catálogo Netflix (embora não seja uma produção original deles, é do Cartoon Network/adult swim, exibida aqui, também, no Comedy Central e i-Sat) o sensacional e alucinado ‘Rick & Morty’ (em produção desde 2013). Os criadores, Don Harmon e Justin Roiland (que também fazem as vozes da dupla) se inspiraram claramente em Doc Brown e Marty McFly, de ‘De volta para o futuro’. Não deixam dúvidas.



Contudo, em vez de viagens no tempo, o garoto Morty acompanha o tresloucado avô cientista Rick, em viagens interdimensionais, e por recantos desconhecidos do cosmos. Assim, tomamos contato com todo o tipo de seres alienígenas e mundos e dimensões paralelas.
    O desenho parece querer nos dizer que: a raça humana não tem a menor importância, existem mil outros mundos, e não há um deus maior controlando tudo isso. Recomenda-se ver dois ou três episódios e dar uma parada. O ritmo vertiginoso, as vezes nos deixa perturbados. E nunca desligue ou pule o capítulo quando acaba. Sempre há reveladoras ceninhas finais.



  Também vale muito a pena conhecer ‘Archer’ (desde 2009 em produção, disponível na Netflix), uma paródia de espionagem muito bem desenvolvida; e, mais legal ainda, ‘The Venture Brothers’, que o criador Christopher McCulloch imaginou como uma versão revista e atualizada de Jonny Quest. É bacana demais da conta e merecia ser mais popular do que é. E, até mesmo, ganhar um longa animado para cinema. É a mais longeva série do segmento Adult Swim, do Cartoon Network (desde 2003); e, pode ser vista aqui, via YouTube.



*OBS: nas madrugadas, de segunda a sexta, o canal i-Sat exibe 8hrs seguidas de produções do adult swim, que foram banidas do cartoon network por conta de carolas (filmes e animações fora da curva)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ ...

BAYAAABAAA!

A TV ITALIANA LEMBRA A TV BRASILEIRA DOS ANOS 70, 80 UMA COISA MEIO SBT NOS PRIMÓRDIOS (TVS) OU TV CORCOVADO (PRE-CNT). É MUITO RUIM E SÓ PASSA COISAS ANTIGAS. O CURIOSO É QUE AS RADIOS LA SAO MAIS LEGAIS DO QUE AS DAQUI, MAIS VARIADAS (TEM ATE UMA VIRGIN RADIO, DE ROCK EM GERAL). MAS A TV LOCAL É DO ARCO DA VELHA. LOGO QUE CHEGO NUMA CIDADE DOU GERAL NO LINEUP DE AUDIO E VIDEO. EM ROMA, ACHEI UM CANAL DEDICADO AOS LANCES JAPAS, A NEKO TV, MAS QUE, CURIOSAMENTE, EXIBIA 'BIGFOOT & WILDBOY', SERIE TRASH DA DUPLA SID & MARTY KROFT (ELO PERDIDO), QUE ROLAVAQUI NO SBT. ATE AI, TUDO BEM. MESMO NAO SENDO JAPA, FAZIA SECULOS QUE NAO VIA AQUILO (AQUI, PÉ GRANDE E GAROTO SELVAGEM). ACONTECE QUE, PELOS PRÓXIMOS CINCO DIAS QUE PASSEI NA CIDADE, O CANAL SÓ EXIBIA O MESMÍSSIMO EPISÓDIO DA PARADA (AQUELE EM QUE APARECE UM SOSIA DO PÉ GRANDE), EM VARIOS HORARIOS! LIGAVA A TV PELA MANHÃ, TAVA LÁ. CHEGAVA DA RUA A NOITE, DE NOVO, A MESMA COISA. O GRITO DE GUERRA DO BIGFOOT, BAYAAABAA! A...

UM BELO FILME DE VINGANÇA!

  Nesta semana, chega aos cinemas brasileiros um concorrente do Oscar nas categorias principais: filme, atriz e direção, entre outras. “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”), desde já um dos melhores e mais perturbadores filmes do ano.   Tanto o trabalho de atuação e entrega de Carey Mulligan (como a perturbada Cassandra), como a direção firme de Emerald Fennell (atriz de séries como ‘The Crown’ e ‘Killing Eve’, estreando na direção de longa, com muita competência), bem como toda a parte técnica do filme (além do bom roteiro, fotografia e som impecáveis) é irretocável. O resultado final é um dos mais formidáveis filmes de vingança já vistos. Carey Mulligan, como Cassie      Acompanhamos a tímida e frágil Cassandra, que apesar de já estar na casa dos 30 anos, ainda mora com os pais e não tem namorado (não que isso seja obrigatório, parece nos dizer a personagem, embora não os evite). E, mesmo tendo sido uma universitária com altas notas na cadeira que escolh...