O amor de Quentin Tarantino pelo cinema, está em cada
fotograma de cada filme seu (nove, até agora, ele diz que vai parar no décimo,
possivelmente, um novo Star Trek ou um terror, dois generos que ainda não abordou). Desde ‘Cães de aluguel’ (‘Reservoir dogs’, 1992).
Seja nas citações de clássicos do cinema noir, do cine pancadaria de Hong Kong,
de westerns spaghetti, policiais B e exploitations em geral, há de tudo um
pouco em suas produções. Da sua cabeça de nerd cinéfilo, frequentador de
cinemas poeira e balconista de videolocadora, Tarantino tira cenas inteiras de
outros filmes, e faz destas, dele. É o rei da citação/apropriação. Sem nenhum pudor.
Com ‘Era uma
vez... em Hollywood’ (que estreia no Brasil nesta quinta, 18 de agosto), não é diferente.
Mas, agora, em vez de arremedar um gênero inteiro, como vinha fazendo até então,
Quentin volta no tempo para mostrar uma Los Angeles de seus sonhos, de quando
os filmes (e as salas de cinema) eram grandes, o glamour dos velhos tempos
ainda existia. É o final dos anos 1960, quando o homem pisou na Lua, Woodstock ia
acontecer. Fim de uma era.
Então, ele voltou
no tempo, e nos deu uma Hollywood quase de conto de fadas (o título do filme,
não é à tôa), criando dois personagens fictícios, o astro em declínio Rick
Dalton (Leonardo DiCaprio) e o dublê e melhor amigo deste, Rick Booth (Brad
Pitt), que convivem com dezenas de figuras que realmente existiram, como Sharon
Tate (que, embora não seja a figura principal, meio que norteia o filme), então casada com Roman Polanski (vizinhos de porta de Rick), Bruce Lee,
Steve McQueen e tantos mais, que nos dão um painel de como era aquela
Hollywood.
Como de
hábito, o filme é composto de diversas cenas, que bem poderiam existir
separadamente, porque estão lá mais para proporcionar momentos e diálogos
inusitados (a cena com Bruce Lee, é hilária), em cerca de três horas de
projeção. Apesar disso, é o título de maior sucesso comercial de ‘Taranta’ nos
EUA (em duas semanas, já passou da casa dos US$100 milhões). E, também, o seu filme mais 'suave' (não há banhos de sangue ou tiroteios). Contudo, quem não conhecer os fatos da época, pode boiar em alguns momentos.
Inclusive, não entenderá o desfecho (recomenda-se ler umas cinco linhas sobre Sharon tate e Manson Family). Que é onde ele mostra que, todos os seus
filmes, fazem parte do ‘Tarantoverse’, onde, só lá, existem os cigarros Red
Apple 😉
RUGIDO: BOM
Só se for agora! Quero ver logo!
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