Jen (Matilda Lutz, linda) é uma Lolita dos tempos modernos.
Não tão jovem quanto a de Nabokov. Esta, namora um homem mais velho, rico e
casado, que é o seu sugardaddy, paga por seus luxos. Em troca, ela lhe retribui
com sexo. Incrivelmente sensual, Jen provoca olhares desejosos de todos.
Inclusive, de dois ‘sócios’ de seu amante, que chegam, antes da hora, ao
recanto ermo, onde o casal vivia seu idílio.
É aí, que
tudo começa a dar errado. Subitamente, de troféu sexual (consentido), Jen
passará a ser, literalmente, troféu de caça para os homens, por conta de uma
situação que fugiu ao controle. Contudo, aquela moça fútil, aparentemente
frágil, não será presa fácil. A necessidade de sobrevivência, lhe dará uma
força, que ela mesmo, não imaginava ter.
Nesta violenta alegoria, que estreia nos cinemas brasileiros nesta primeira semana de junho, a diretora francesa
Coralie Fargelat (que tem ótimo domínio de câmera e da linguagem
cinematográfica), utiliza vários elementos do imaginário de fetiches masculinos
(sob o ponto de vista feminino); e mostra que, ser bonita e sexy, não é motivo
para assédio e submissão. Sem discurso lacrador.
‘Vingança’, soa como uma atualização, tensa e
vibrante, do clássico filme de vingança feminina, ‘A vingança de Jennifer’ (‘I
spit on your grave’, de 1978; refilmado em 2010, como ‘Doce vingança’). Pede-se
ao espectador apenas que não leve tudo a sério. E que, evite, se tiver algum
tipo de aversão a (muito) sangue. E a cenas de violência explícitas.
cotação: RUGIDO ALTO
Comentários
Postar um comentário