Raul Seixas nao foi de minha geração. Qndo o conheci, ele ja estava no fim. Contudo, quando guri, torci por ele, pela figura, num festival da canção, por ter me chamado a atenção com o rock-baião 'let me sing'. Era diferente de tudo o q estava no festival, fora os Mutantes. Só vi Raul de perto duas vzs: a primeira, qndo trabalhei na produção do musical mixto quente, em show na praia do pepino. Raul passou rapido, cambaleante, levado por ajudantes. Ele mal conseguia ficar de pé no palco. Alguns anos antes, havia escalado o morro da urca pra ver um show dele no noites cariocas, mas o lugar tava tao lotado que mal vi/ouvi de longe. a maioria dos meus amigos, que como eu, nao o conheciam, tinha ido lá pra ouvir o censurado 'rock das aranha'.
Conheci raul seixas, verdadeiramente, só agora, com o sensacional documentario de walter carvalho, que me levou as lagrimas no final, 'raul seixas: o inicio, o fim e o meio'. nao só é o melhor doc musical nacional q ja vi, como tbm um dos melhores em qq categoria. carvalho nao so nos revela, detalhadamente, quem foi raul, como nos mostra tudo, com riquezas de detalhes, sem evitar nenhum tema polemico ou usar de chapa branca. O grande legado do doc, a meu ver, é desfazer a imagem de maluco beleza pura e simples, que foi o q ficou de raul para quem nao o conheceu de fato. ele é muito mais do que isso: pioneiro do rock no brasil (em 1957, aos 13 anos, ja tinha uma banda, imitando elvis), pioneiro na fusao de rock com ritmos nordestinos -- para ele, luiz gonzaga e elvis tinham a mesma pegada -- alternativo de fato (nunca esteve ligado a tropicalia ou a mpb) e que usou do sistema para passar sua mensagem (sempre gravou por majors do disco), e o fazia tao bem q nem a censura captava a ironia em suas letras, vide a sensacional 'ouro de tolo', que foi top hit.
O diretor conseguiu fazer paulo coelho falar (e muito bem, inclusive numa cena curiosa, no qual aparece uma mosca na asseptica genebra, na suíça, a quem o mago chama de raul, apropriadamente), mostrou os malucos da gran ordem kavernista (um deles jamais tinha falado/aparecido), nos revela que raulzito teve cinco mulheres -- algumas ao mesmo tempo --, sendo que duas delas, coincidentemente, vivem nos eua e tem filhas que hj sao americanas (e um neto que é a cara dele, ironia, ja q ele nunca teve filho), exceto vivi seixas, q hj é dj e mora no rio; vai do começo inocente, passa pelo meio conturbado e mostra o fim melancolico/decadente, que so nao foi pior pela força q o conterraneo marcelo nova (camisa de venus) lhe deu --alguns acham q foi oportunismo, nao foi --, proporcionando os seus ultimos shows e apresentando-o a uma nova geração de fas. O doc so derrapa por ter deixado a ultima frase para caetano veloso, com quem raulzito nunca teve nenhuma conexão, fora serem baianos. Era muito melhor q este. Fora isso, está tudo la. até o nelsinho motta (rs)
Que belo post! Descobri que o Raul existia no pluct plact zoom, e logo fiquei curioso com aquela figura. Mas eu era ainda muito criança. Quando ele morreu percebi pouco o impacto da coisa, porque ele era de fato um ET dentro da mídia. Eu tive a sorte (ou o azar) de ter um colega de sala na facú que era o protótipo rauzista. Ele simplesmente introjetou a persona de raul seixas e foi através dele que tive de fato contato com sua obra e personalidade. Ele tinha uma gibson fodaça, um bom amp, mas só tocava raul, rs, tipo um esteriótipo ambulante, tinha todos os discos, andava e falava e vivia como se fosse o raul. Através da bizz e de outras fontes (ainda não existia internet)ia aos poucos percebendo a importância do cara, sua sagacidade rara, e a qualidade astronômica do que escrevia. Ele realmente sintetizou o rock, foi do elvis ao punk, e além, em poucos anos apenas. Quero mto assistir a este documentário, ainda mais porque há pouco material visual do raul circulando, além do que quase tudo que envolve seu nome mistura o cara com o mito. Ele realmente merece muito um resgate digno, e não apenas algum bebum gritando "toca raul!"
ResponderExcluirSó fui me interessar por Raul com meus 20 e poucos anos, por causa de um amigo no trabalho que punha suas músicas pra tocar no notebook qdo trabalhávamos depois de horas. Fiquei fã daquelas músicas famosas, mas nunca comprei nenhum CD, pois peguei em MP3 o que me interessava.
ResponderExcluirAté então, só conhecia o tal plunct não sei das quantas, que odiava de coração, assim como odiei todo o musical (na época eu tinha 7/8 anos).
O documentário é realmente muito bacana. Quando Paulo Coelho apareceu eu não aguentei e falei pra mim mesmo: put@, que m... Uma mulher ao meu lado ouviu e riu (saiu sem querer, pois costumo ficar absolutamente mudo e em silêncio numa sala de cinema). Mas, depois até que gostei de sua participação. Quando Caetano apareceu eu pensei comigo coisa pior! Mas quando cantou Ouro de Tolo eu chorei. A participação dele deveria ter acabado ali. Sairia com chave de ouro.
Fico feliz em saber que Raul terminou seus dias cantando e fazendo shows: melhor do que ficar no ostracismo e naquelas indas e vindas às clínicas de reabilitação que já não adiantavam nada.
Parabéns a Walter Carvalho e a todos os envolvidos.
Tb curti muito o filme, e fui às lágrimas no final. O cara era realmente rock na essencia.
ResponderExcluirmuito bom , Tom! deu vontade de ver! neste fim de semana, já!
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