Poucas bandas ainda conseguem me arrebatar e emocionar nos dias de hoje. Uma delas é a americana The National, que, pela segunda vez no Brasil (a primeira foi num TIM, abrindo MGMT), fez um show emocional e emocionante no Circo Voador, na noite de sexta-feira, 8 de abril de 2011. Com cinco discos lançados, eles chegaram ao auge com o último, "High violet", que respondeu por 10 músicas do show. Isso num tempo em que bandas vivem, basicamente, de hits de seus primeiros álbuns e raramente tocam mais de duas musicas de discos novos em shows.
No show do TIM, eu só conhecia a banda vagamente, de faixas isoladas dos discos Boxer e alligator. Mas eles me ganharam ao vivo. Comecei assistindo ao show da arquibancada, desci, e em 15 minutos já estava lá no gargarejo descobrindo melhor Matt Berninger (que assina as letras da banda) e sua maravilhosa voz de barítono - é o melhor cantor nesse clima introspectivo desde Nick Cave. E, embora as batidas e viradas da banda lembrem os arranjos e estilo de Stephen Morris, do Joy Division, eles não chegam a ser góticos. Apenas gostam de se vestir de preto e caminhar por um lado mais sombrio da poesia.
Em cerca de hora e meia de show (com uma seção de sopros menor do que os acompanha nos EUA), Berninger - um cantor genuinamente emocionado ao vivo - foi se embriagando lentamente de vodka. A ponto de cambalear e até mesmo cair por cima de uma caixa de retorno em dado momento. No final da noite, uma música levada de forma acústica, Vanderlyle crybaby geeks, foi cantada em côro pela plateia e terminou a apresentação de forma arrepiante. Novamente, The National me arrebatou. E à todos os que lotaram o Circo Voador para vê-los...
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