Pular para o conteúdo principal

ZIGGY PLAYS... DECKS!!!


Muita gente se espanta quando descobre que eu tbm sou dj. E ha mais de 20 anos! O que não os deixa saber é que, nesta carreira paralela, eu atuava usando pseudonimos (tony the tiger, ziggy), para nao misturar canais. O DJ não tinha nada a ver com o jornalista. Mas, o começo de tudo, vem lá atrás, ainda moleque, quando eu geralmente era o dj de improviso das festinhas, pq achava um saco esperar uma musica acabar e começar outra. No principio, passava do vinil para o cassete (e v-v), nos antigos 3x1, depois passei a usar fitas montadas, com trechos editados na base da fita splice (estas, eu usava para sonorizar campeonatos de skate antes do cd), ate chegar aos toca discos profissionais, em casas como as extintas crepusculo de cubatão e dr smith (rj), aí ja ganhando algum pelo trabalho. No cubatão, comecei por acaso, cobrindo o viajante ze roberto mahr, qndo este nao podia, junto com o luis carlos franco (que nao seguiu carreira). Fiz o mesmo tbm na metropolis, junto com dudu menna barreto. depois, ganhei noite fixa no cubatao (como tony the tiger, alcunha dada pelo philippe seabra, da plabe), junto com paulinho the hunter, a quem batizei de paulo futura, baseado no cabaré futura e num projeto nosso (com hermano vianna), que nao rolou. nestas noites (que variavam entre goth rock e acid house), tbm toquei com outro iniciante, que depois ficou famoso, o dj felipe venancio.

Mas só nos 90s é que a coisa se tornou profissional e dedicada. Aí, entra em cena ziggy (homenagem ao et de bowie), que tem esse nome pq, a principio, tocava um tipo de eletronica 'espacial', uma coisa nova lá da primeira metade dos 90s. era o som trance do inicio, antes de o termo virar sinonimo de farofa, que contava tanto com tunes de moby quanto de the orb. era uma musica muito viajandona e instrumental. quando os chemical brothers apareceram, o som acelerou e, dai em diante (meados dos 90s), criei o site/festa electric head, que começou itinerante em 1995, ate pousar na sala 2 da bunker, em 97, onde ficou até o fechamento da casa, em 2005 (toda sexta). esta fase foi a mais prolifica, com gigs toda sexta na bunker e sábados em raves (que ainda nao eram redutos de playbas), aqui ou em outros estados, como sp, mg e rs. Como ziggy, as vzs faturava mais do que no jornal (mas metade da grana era reinvestida em discos vinil importados) e cheguei a ter musicas incluidas em tres coletaneas diferentes: uma da utter records (feita com leoni, como prisoners), num cd do rock in rio de 2001 (já como dj ziggy) e numa do site bitsmag (esta ultima circulou ate no japao), alem de a galera do b.u.m. ter feito remix para a track 'fall out' e a incluido num cd deles, underground collective.

 Ao contrario dos demais djs, nunca me especializei só num tipo de som. eu simplesmente ia evoluindo junto com a eletronica corrente: trance, big beat, techno, electro e variantes, nunca gostei de gueto, nem de repetição. tem djs que tocam o mesmo som do começo ao fim, por anos a fio. me dá tédio. nas raves, com mais gente, é que caia mais para um tipo de trance (o progressivo), por causa do público. já abri ate pros aliens do sun project. mas nao tocava psy, e sim uma seleção da belga bonzai records, que me mandava discos semanalmente para testar, a maioria sem nome, pq o dono do selo era o yves deruyter (dos space hit 'calling earth', que é fodástica), a quem conheci pessoalmente. Falando em conhecer, lá no começo da internet, segunda metade dos 90s, varios djs gringos vieram tocar na electric head por causa do site: da dupla israelense analog pussy, passando por djs do canadá, nova york, finlandia, londres, e até o pacou da tresor. eu descolava o cache e/ou lugar pra ficar e eles vinham. Foi tbm na e-head que tocaram, pela primeira vez, as djs locais K-milla (hj morando na Holanda) e rave girl (agora estilista), além de amigos como alexey, jay b, roger lyra e tantos mais...

Com o fim da bunker, passei a tocar eventualmente em casas como fosfobox (eletronico em geral), dama de ferro (electro) e matriz (crossover rock/eletronica, estilo dfa). mas, atualmente, com as poucas casas que restaram no rio, dominadas por grupos, onde só rolam festas e djs que fazem parte de uma mesma panela/produtora, fui tirado do circuito. tbm nunca quis fazer parte de agencias (embora ja tenha sido convidado por duas). fui dj como fui skatista: for fun. no momento em que a coisa fica seria demais, vira 'trabalho', salto fora. mas meus decks estao montados em casa e meus discos preferidos (a maioria em vinil) continuam lá, a postos. E estou aqui contando a história, pq senao, ninguém vai ficar sabendo disso -- sempre rolou preconceito pq eu era do rio fanzine/globo, e mesmo livros escritos por coleguinhas sobre djs nesse meio tempo sequer citam ziggy ou a e-head. por outro lado, existiram aqueles q chamavam pra tocar achando q isso garantia nota na coluna (nao garantia). para todos estes, UM SONORO bip!


*fotos de dani bever

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu