Pular para o conteúdo principal

Warsaw Division

Chegam aqui, quase simultâneamente, o filme "Control", baseado em biografia escrita pela mulher do cantor Ian Curtis, do Joy Division; e também o documentário "Joy Division", obviamente sobre a banda. Ambos iam estrear juntos, essa semana, mas o doc acabou passando para 6 de junho. Vi "Control" na última mostra de cinema e depois revi baixado. Achei bacana, mas não me empolgou tanto. Como é baseado em fatos vivenciados pela esposa de Curtis, Deborah (interpretada pela ótima Samantha Morton), ele mostra mais o lado dela, claro, da mulher que casou cedo e que viveu à margem do sucesso efêmero da banda, já que não acompanhava as turnês, pois tinha uma filha bebê para cuidar. E ainda teve que dividir Ian com uma amante belga. Também vale pela curiosidade de conferir a estréia na direção do fotógrafo e diretor de clipes holandês Anton Corbjin, um dos primeiros a clicar o Joy (que começou como Warsaw) e o responsável pela identidade visual de bandas como Depeche Mode e até mesmo U2, por exemplo.

Já o documentário "Joy Division", de Grant Gee, é o complemento perfeito do filme, já que mostra justamente o lado que não há na biografia, e ainda situa a cidade de Manchester como personagem importantíssimo para que uma banda como Joy Division tivesse surgido, em plena era punk. Além disso, há cenas nunca antes mostradas da banda e depoimentos da própria Annik Honoré, a tal amante, e, no final, uma fala de Curtis, gravada poucos dias antes dele se suicidar, em 18 de maio de 1980, antes do segundo disco da banda, "Closer", ser lançado. É também a última aparição do criador da Factory, Tony Wilson, falecido recentemente. Juntando com "24 hour party people", forma UM painel sobre a cena musical de Manchester (que explodiu nos anos 80 com Happy Mondays, New Order, o clube Haçienda e a rave culture).

O que fica? Que o JD foi, talvez, uma das últimas bandas legítimas da história, que aconteceu por si só, e acabou antes que se tomasse conhecimento dela de fato (eu mesmo só ouvi o 'unknown pleasures' pouco antes da morte de Ian, o que soou mais sinistro). A beleza disso tudo é que daí saiu o New Order, uma das bandas mais influentes dos últimos 20 anos. Isso éque é volta por cima...

Comentários

  1. Assisti Control e tive a mesma impressão. Um filme legal, mas não é do caramba. Gostei da reprodução das cenas de shows. Já "24 hour party people" é um filme muito legal. Quem não viu, vale assistir. O roteiro brinca com ele mesmo. Achei muito bom quando, em meio a uma cena inverossímil, o personagem vira pra câmera e diz que pode não ter acontecido daquele jeito, mas fica mais legal contar assim. Um filme divertido.

    ResponderExcluir
  2. engraçado, estava lendo o a revista rio show do grobo quando li a critica do filme em questão,
    e pensei em postar aqui sobre o
    assunto. Agora abro o blog e vejo o tópico e o que vejo? gostei, legal...

    engraçado tom leão, só conheci o joy em 1987, quando a finada stilleto, lançou closer,e eu, naquelas época sem mtv e net,
    pude ter acesso ao trabalho da banda...

    confesso que achei, bem legal, mas achava o clima do disco, muito pesado, que me causava um desconforto, e eu nunca ouvia o lp dê uma tacada só... ouvia musicas pingadas... meses depois saiu unpleasures, e achei mais deprê ainda... curtir mesmo foi a coletanea substance... foi um referencial legal o trabalho desta banda, mas sempre gostei mesmo do NEW ORDER...

    sobre este filme "24hour party people", esse sim achei bem legal,
    pois pude conhecer a figura de TONY WILSON... eu idolo!! porrra
    queria levar a vida que o cara teve
    altas bandas, dono de boate e pegando altas gatas... queria muito comprar o dvd, mas não sei se foi lançado no brasil....

    tem, como achar na rede? abraços!!

    ResponderExcluir
  3. OFF TOPIC: ACABEI DE VER AGORA O TRAILLER AQUI NO UOL, DO NOVO FILME DE NIGHT SHYAMALAN, "FIM DOS TEMPOS", SEGUNDO O PRÓPRIO, É SEU
    FILME MAIS ASSUSTADOR...

    ALGUM COVEIRO TEM INFORMAÇÕES?

    ResponderExcluir
  4. Joy Division é a minha banda favorita, fiz questão de ver "24 hour party" e "Control" no Festival de cinema, e nossa, que emoção saber desse comentário que estreará logo mais.
    Achei bom o Control e pretendo ver de novo.
    Eu conheci Joy só em 99, e pra mim foi um divisor de águas o fato de ter lido uma matéria na Show Bizz falando dos 20 anos da morte do Ian, depois disso meu ouvido pro rock tomou outro rumo, na época me causou forte impacto, fui logo procurando ouvir os cds nas lojas e depois comprei o "Substance", e alguns meses depois a box "Heart and Soul".
    Ansiosa para o estréia do DOC.

    ResponderExcluir
  5. Off Topic:
    No feriado resolvi ver o "Escorregando para a glória", muito bom! Jon Heder ta D+ nesse filme!
    Valeu pela dica aí no blog!

    ResponderExcluir
  6. Pois é, o filme é total a visão da mulher de Curtis. Uma pena, poderia ter mais informações sobre a banda. Até parece que ela fez o filme como "uma terapia". :)

    ResponderExcluir
  7. cd novo do futureheads é bueníssimo, melhor que o primeiro deles... o segundo não ouvi. Engraçado, eu tava de saco cheio desse tipo de rock (com "agular guitars", como dizem), mas gostei bastante.

    Joy division não consegue me agradar, assim como the cure e echo and the bunnymen não conseguem.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DANCETERIA, UMA MODA FUGAZ

POR CONTA DO POST ANTERIOR (QUE ERA SÓ SOBRE CLUBES ALTERNATIVOS QUE MARCARAM A NOITE CARIOCA), ME PERGUNTARAM SOBRE OUTRAS CASAS, QUE, NA VERDADE, ERAM DE SHOWS, DANCETERIAS. ENTAO, VAMOS LÁ, RELEMBRA-LAS. ANTES: VALE NOTAR QUE O NOME 'DANCETERIA' FOI IMPORTADO DE UMA CASA QUE TINHA ESSE NOME EM NOVA YORK, NOS ANOS 80. ALGUEM TROUXE PRA CÁ (ACHO QUE COMEÇOU POR SP) E ACABOU VIRANDO SINONIMO DE UM TIPO DE LUGAR, QUE MISTURAVA PISTA DE DANÇA COM UMA ATRAÇÃO AO VIVO NO MEIO DA NOITE. METROPOLIS = A PRIMEIRA COM ESSAS CARACTERISTICAS NO RIO FOI A METROPOLIS, EM SAO CONRADO, QUE, ASSIM COMO O CUBATÃO, TBM ABRIU NA SEMANA/MES EM QUE ACONTECIA O PRIMEIRO ROCK IN RIO, JANEIRO DE 1985. COMO O NOME INDICA, SEU LOGOTIPO E SUA DECORAÇÃO IMITAVAM O ESTILO DO CLASSICO SCI-FI DE FRITZ LANG, INCLUSIVE COM PASSARELAS NO MEIO DELA, QUE REMETIAM ÀS PONTES MOSTRADAS NO FILME. SÓ QUE TUDO COM NEON, CLARO. A METROPOLIS FOI PALCO DE MUITOS SHOWS DE BANDAS QUE NAO FAZIAM O PERFIL DO CIRCO VOADOR, PQ

ROCKS TARDES DE DOMINGO...

  LÁ VAMOS NÓS PARA MAIS UM PASSEIO PELA MEMORY LANE, CUJO GATILHO FOI ATIVADO POR UMA MÚSICA. ESTAVA OUVINDO O ÁLBUM DE 40 ANOS DO KISS, QUANDO ROLOU 'DO YOU LOVE ME'. NA HORA, VIERAM MONTES DE LEMBRANÇAS QUE PASSEI AO SOM DESSA MUSICA (E TBM DE ROCKN ROLL ALL NITE) NOS BAILES DE ROCK QUE ROLAVAM AOS DOMINGOS NO CLUBE DE REGATAS GUANABARA, EM BOTAFOGO, COMANDADOS PELA EQUIPE META-SOM, DO DJ ANIBAL. DE 6 AS 10PM.   EU MAL DEVIA TER 12, 13 ANOS QUANDO COMECEI A FREQUENTAR O BAILE, O PRIMEIRO A QUE FUI, SOZINHO, SÓ COM AMIGOS. E, COMO DUROS QUE ÉRAMOS, GERALMENTE ENTRÁVAMOS DE PENETRA, PULANDO GRADES E MUROS EM VOLTA DO CLUBE. DEVO TER PAGADO APENAS MEIA DUZIA DE VZS, EM, SEI LÁ, DOIS ANOS. ERAM MEADOS DOS 70S. O ROCK MANDAVA. MAS A FESTA COMEÇAVA, INVARIAVELMENTE, COM 'DANCING QUEEN', DO ABBA, QUE ERA CONSIDERADA UMA BANDA ROCK, JA QUE AINDA NAO EXISTIA A DISCO MUSIC E O CONCEITO DE POP/ROCK ERA AMPLO.   E, COMO QUALQUER BAILE DE FUNK E SOUL DA ÉPOCA (QUE ROLAVAM DO OUTR

blue velvet

Os posts aqui surgem do nada, out of the blue, como em hiperlinks da internet. e nessa de relembrar coisas aleatoriamente, apareceu num dos sites de torrents que frequento um filme chamado "little girls blue". que foi o meu primeiro porno. e, como diz a frase daquele anuncio, a gente nunca esquece do primeiro. principalmente em se tratando disso, numa epoca em que tudo poraqui era proibido. entao, no começo dos 80´s, quando o país ainda era uma ditadura, tive contato com esse filme. Sabadão, fui na casa de um bro no jardim botanico fazer chill in pra noitada. o cara tinha um telao em casa e um aparelho de vhs gigantesco com retroprojeçao (soube mais tarde q o pai dele era diretor da grobo, dai os equipamentos, que, entao, eram de ponta total, o vcr caseiro ainda nao era uma realidade). la, ele tinha uma meia duzia de fitas, todas piratas, claro, entre as quais um show (sei la, acho q era woodstock), clipes da mtv, o famoso caligula e o little girls blue. como esse era mais cu